Operação Popeye
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A Operação Popeye foi o movimento das tropas (Destacamento Tiradentes) comandadas pelo general Olímpio Mourão Filho em direção ao Rio de Janeiro, integrado a outra movimentação simultânea em direção a Brasília, esta composta pelo 12º Regimento de Infantaria comandado pelo coronel Dióscoro Valee apoiado por três batalhões da Polícia Militar.
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[editar] A supremacia dos adversários de Goulart
A situação político ideológica pendia contra Jango, não só os militares estavam contra si, havia muitos ex-colaboradores. Nos bastidores militares também havia uma batalha silenciosa, e seus adversários a estavam vencendo.
O Exército Brasileiro não aceitaria um confronto entre as chamadas tropas rebeldes contra as tropas legalistas, e mesmo que este ocorresse, com certeza os rebeldes venceriam, pois teriam um apoio poderoso a seu favor. O presidente João Goulart perdera o poder de comando sobre os civis e militares, o Golpe estava se armando, e após o desencadeamento das operações militares em aproximadamente 24 horas não mais seria o presidente. Muitos dizem que o desenlace dos acontecimentos e a análise das conseqüências levaram Jango a impedir qualquer reação.
[editar] Nomenclatura e movimentação
A nomenclatura da operação Popeye era a alusão, segundo alguns, ao hábito do fumo de cachimbo por Mourão Filho, segundo outros, o motivo da nomenclatura era o estacionamento da Frota norte-americana do Caribe fundeada a doze milhas marítimas de Vitória (Operação Brother Sam).
Na Operação Popeye as tropas do general Mourão deveriam barrar o avanço das forças legalistas vindas do Rio de Janeiro ou São Paulo em direção a Minas Gerais ou Espírito Santo.
[editar] Porto de Vitória
O porto de Vitória estava designado estrategicamente para abastecer de suprimentos, combustível e tropas, se necessário, aos conspiradores.
O reforço viria por mar, pois, a região estava protegida pela Operação Brother Sam, composta por todo o poderio bélico da Frota do Caribe norte-americana. Esta era capitaneada pelo porta-aviões nuclear Forrestal, e pelas demais belonaves que o acompanhavam. Embarcados haviam cerca de cinco mil marines que aguardavam ordens. A Esquadra norte-americana estava fundeada naquele momento a doze milhas náuticas ao sul do porto de Vitória.
[editar] Arquivos históricos
Segundo a Fundação Getúlio Vargas :
"(sic) Os golpistas somavam, por outro lado, a influência política do governador Carlos Lacerda e a importância militar de dois "estados-maiores revolucionários", que distinguiam com bastante nitidez os grupos "modernizadores" (o estado-maior de Castelo Branco, integrado por oficiais como Golberi do Couto e Silva, Ademar de Queirós e Ernesto Geisel) e "tradicionalistas" (o estado-maior chefiado por Costa e Silva, onde colaboravam os generais Siseno Sarmento e Muniz de Aragão, entre outros)...." E, a "...operação Popeye (deslocamento de tropas em direção ao Rio de Janeiro e Brasília) ocorrera em perfeita sincronia com a "operação silêncio" (que implicava o controle dos serviços de comunicação, das emissoras de rádio e televisão, para dissimular as etapas seguintes), e pela operação gaiola, que consistia na prisão dos principais líderes políticos e sindicais que pudessem provocar uma reação dentro do estado de Minas".
[editar] Conclusão da Operação
A operação Popeye foi concluída com sucesso às cinco horas da tarde do dia 31 de março de 1964, quando o general Mourão Filho proclamou o movimento contra o governo e anunciou o golpe militar. Isto só aconteceu depois que o Destacamento Tiradentes composto por três mil homens passou a controlar totalmente o tráfego através da ponte do rio Paraibuna. Esta ficava na divisa do estado de Minas Gerais com o estado do Rio de Janeiro.