Monções (expedições fluviais)

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Monções era o nome dado às expedições fluviais que, entre a segunda década do século XVIII e a primeira metade do século XIX, mantinham as comunicações entre São Paulo e Mato Grosso.

Originalmente, o termo se refere ao regime alternado de ventos, que define o período propício à navegação. No Brasil daquela época, porém, tratava-se da estação favorável às viagens fluviais, considerando-se o regime dos rios - cheias ou vazantes. [1]

As monções tiveram um importante papel na colonização do oeste do Brasil, após o declínio das bandeiras. Tiveram início em 1718, quando Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro nas proximidades do sítio onde hoje se encontra Cuiabá. Logo outros sertanistas foram atraídos pela notícia, sobretudo de São Paulo. Na seqüência, uma verdadeira corrida do ouro acabou por converter a região em um vasto campo de mineração.

Posteriormente, essas expedições foram-se tornando regulares e seu objetivo passou a ser também comercial, visando o abastecimento dos mineradores de Cuiabá, Vila Bela e demais povoações surgidas em decorrência da mineração.

De todo modo, a viagem de São Paulo a Mato Grosso era penosa e requeria no mínimo cinco meses. A partir do Tietê chegava-se ao rio Paraná, depois ao rio Pardo, aos afluentes do Paraguai, ao São Lourenço e, finalmente, ao rio Cuiabá. Nos trechos encachoeirados todos desembarcavam, arrastando as numrosas canoas ou puxando-as com cordas. Assim foi introduzido o gado bovino em Mato Grosso , em 1727.

Posteriormente da mesma forma abriram-se as comunicações regulares entre Mato Grosso e Pará, através dos rios amazônicos.

No início do século XIX, porém, as monções foram-se tornando mais raras até que as últimas ocorreram por volta de 1838.