Missão Centenário
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A Missão Centenário nasceu de um acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos) em 18 de outubro de 2005. O principal objetivo deste tratado seria enviar o primeiro brasileiro ao espaço, o Tenente Coronel Aviador Marcos César Pontes.
O nome da missão é uma referência à comemoração do centenário do primeiro vôo tripulado de uma aeronave, o 14 Bis de Santos Dumont, na Paris de 23 de outubro de 1906.
O veículo utilizado para o lançamento da missão foi a nave Soyuz TMA-8, da Roscosmos, e o seu lançamento aconteceu em 30 de março de 2006 (23h30 horário de Brasília) no Centro de Lançamento de Baikonur (Cazaquistão), tendo como destino a Estação Espacial Internacional (ISS).
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[editar] Acordo bilateral para a missão
A missão centenário se tornou possível devido a um acordo assinado em outubro de 2005 entre Brasil e Rússia, sendo representantes destas a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos).
Com isso, o astronauta Marcos Cesar Pontes passou a treinar na Cidade das Estrelas, centro de treinamento para cosmonautas próximo a Moscou.
[editar] Lançamento
Em 30 de março de 2006 (23h30 do horário de Brasília e 8h30 do dia 1 de abril no horário do Cazaquistão), foi lançada a nave Soyuz TMA-8 com o tenente-coronel Marcos Pontes. Além do astronauta brasileiro, fazem parte da tripulação o russo Pavel Vinogradov e o americano Jeffrey Williams, sendo estes dois membros da Expedition 13.
A nave acoplou-se à Estação Espacial Internacional (ISS) na madrugada de sábado, dia 1 de abril.
[editar] Os Experimentos
O Ten. Cel. Marcos Pontes realizou na ISS oito experimentos científicos, para que pudesse ser analisado o comportamento destes em um ambiente de microgravidade. Os experimentos realizados foram:
- Efeito da microgravidade na cinética das enzimas (FEI);
- Danos e reparos do DNA na microgravidade (UERJ e INPE);
- Teste de evaporadores capilares em ambiente de microgravidade (UFSC);
- Minitubos de calor (UFSC);
- Germinação de sementes em microgravidade (Embrapa);
- Nuvens de interação protéica (CenPRA/MCT);
- Germinação de sementes de feijão (Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos-SP);
- Cromatografia da clorofila (Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos-SP;
Os experimentos 7 e 8 da lista acima foram acompanhados por alunos de escolas de São José dos Campos por meio da Internet, enquanto realizavam os mesmos experimentos em terra.
[editar] Entrevistas
Durante sua estadia na ISS, Marcos Pontes concedeu algumas entrevistas por videoconferência.
No dia 3 de abril de 2006, foi transmitida a entrevista com homenagem a Santos Dumont, na qual Marcos Pontes usou um chapéu Panamá igual ao do inventor e um lenço com as siglas SD.
[editar] O Retorno
A Nave Soyuz TMA-7 trouxe na noite de 8 de abril de 2006 no horário de Brasília, o Ten. Cel. Marcos Pontes e mais outros dois astronautas da Expedition 12 (o russo Valery Tokarev e o americano William McArthur) que já estavam na ISS. O ponto de aterrissagem foi Cazaquistão.
Para o resgate foram utilizados nove helicópteros russos MI-8, e a área do pouso foi no entorno da cidade Arclalic, num raio de 60 a 80Km de distância desta.
Após o retorno, os três astronautas passarão por um período de readaptação à gravidade.
[editar] Duração total da missão
Marcos Pontes realizou 155 órbitas e a duração total de sua missão foi de 9 dias, 21 horas e 17 minutos.
[editar] Atos comemorativos
Como celebração desta missão ter sido a primeira a levar um astronauta brasileiro ao espaço, assim como ser uma homenagem ao centenário do primeiro vôo de uma aeronave mais pesada que o ar de Santos Dumont, foram lançados selos e uma medalha.
[editar] Críticas
A missão recebeu críticas por parte da comunidade científica, como da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), segundo a qual o dinheiro investido na missão deveria ser utilizado para a capacitação de pessoal, assim como investido em outros tipos de pesquisas científicas. Além disso, relatam o não cumprimento da participação brasileira na construção da ISS.
A Agência Espacial Brasileira rebate essas críticas, informando que nunca o programa espacial teve tanta visibilidade na imprensa, o que possibilitaria no futuro maior alocação de verbas para a exploração espacial. Além disto, a missão poderá incitar às crianças maior desejo de estudar e seguir a carreira científica.
Outros críticos denunciaram o uso político e taxaram a viagem ao espaço de Turismo espacial.