Maria Judith Zuzarte Cortesão
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Maria Judith Zuzarte Cortesão (Porto,31 dezembro de 1914 de ? — Genebra, 25 de setembro de 2007) foi uma professora universitária, geneticista e ecologista luso-brasileira.
[editar] Biografia
Era viúva do literato português Agostinho da Silva e filha do renomado historiador Jaime Zuzarte Cortesão. Tem oito filhos, dois deles adotivos, 21 netos e uma bisneta.
Aos 17 anos foi obrigada a deixar Portugal porque seu pai, Jaime Zuzarte Cortesão, estava sendo perseguido pelo governo ditatorial de António de Oliveira Salazar. Sua família passou pelo exílio na Espanha, na França, na Bélgica e na Inglaterra, e chegou ao Brasil em 1940, quando Jaime aqui se instalou para pesquisar a história da formação territorial do país.
Morou ainda no Peru, no Uruguai e novamente em Portugal. Estabeleceu-se em Brasília na década de 1980, e mudou-se em 1993 para a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), onde foi professora do único curso de pós-graduação em Educação Ambiental Marinha do Brasil, Judith dedicou-se a erudição em diversas áreas do conhecimento dentre as quais neuroendocrinologia e genética e reprodução humana.
Escreveu dezesseis livros, entre eles Pantanal, Pantanais e Juréia, Luta pela Vida. Participou da elaboração de seis filmes, como Taim, de Lyonel Lucini, sobre a reserva gaúcha. Foi uma das criadoras do programa Globo Ecologia e da ong ARCA, e consultora das ongs SOS Mata Atlântica e Instituto Acqua. Ela idealizou o Centro de Informação e Formação de Médicos e Cirurgiões de Doenças do Aparelho Locomotor de Brasília, no Hospital Sarah Kubitschek, e representou o Brasil em comissões internacionais, como a das Nações Unidas sobre Poluição Marinha de Origem Terrestre, no Quênia, e a do Patrimônio da Humanidade, no Canadá. Acompanhou missões da Unesco em Portugal e no Brasil, e representou o Peru, o Uruguai e a Inglaterra em congressos sobre assuntos tão diversos como medicina, literatura e educação]]. Participou ainda das duas primeiras expedições brasileiras à Antártida, em 1982 e 1983.
Em 2003, em Brasília, recebeu pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Ordem do Mérito Cultural.
Também em sua homenagem esta em andamento a construção da Casa de Cultura Judith Cortesão dos Povos de Língua Portuguesa (RS) que será no prédio onde nasceu o almirante da Marinha Brasileira, Joaquim Marques Lisboa,
A Casa de Cultura deve receber o acervo Dra. Maria Judith Zuzarte Cortesão, formado por seis mil peças, entre livros, revistas, teses, documentos em geral, além de artesanato dos mais diversos países.
Em 2005, a Fundação Universidade Federal do Rio Grande – FURG juntamente com o programa de pós-graduação em Educação Ambiental – PPGEA foram contemplados no Edital 1/2005 do Ministério do Meio Ambiente para implantação de uma Sala Verde, a qual foi denominada de Sala Verde Judith Cortesão, devido a doação do acervo pessoal da Prof. Dra. Judith Cortesão.
Faleceu em Genebra aos 92 anos.