Luís Carlos Inácio Xavier de Meneses
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Luís Carlos Inácio Xavier de Meneses , quinto conde da Ericeira, primeiro marquês do Louriçal, (Lisboa, 1689 — Goa, 1742) foi um nobre e administrador colonial português, vice-rei da Índia Portuguesa entre 1717 e 1721 e entre 1740 e 1742.
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[editar] Biografia
Muito aplicado em livros, serviu na guerra da alta aliança e fez coisas de juízo e valor. Educado pelo pai, por D. Luís e D. Fernando de Menezes, conviveu com os que concorriam às Conferências Eruditas e estudou, além de linguas modernas habituais e do latim, as matemáticas e a geografia, «sem gastar mto tempo nas miudezas escolasticas».
Bom militar, como provou nas campanhas da guerra de Espanha (como coronel e brigadeiro de infantaria no exército do Alentejo) e na ação na India contra piratas, e régulos subvencionados; mas seus interesses principais estavam no campo da economia, finanças, cultura e erudição.
[editar] O vice-rei da Índia
Os seus dois governos na Índia, o primeiro aos 27 anos como Vice-Rei e capitão-general da India em 1717-1721 e 1740-1742 (quando chegou com uma esquadra de seis naus e 2 mil soldados), foram notáveis - sobretudo o primeiro, quando venceu os árabes por três vezes e ganhou a cidade de Pot-Patane e a ilha de Zumba - do ponto de vista da administração publica, por ter restabelecido a ordem económica e financeira do domínio, e ter dado à armada força suficiente para assegurar ao comércio português a livre passagem pelos mares orientais.
Diz dele Veríssimo Serrão,[1] que «foi o maior dos governantes do Oriente na primeira metade do Setecentos» (página 293).
«Mereceram-lhe especial interesse as praças do Norte, onde já então se fazia sentir a ameaça dos Maratas, pelo que restaurou as muralhas de Damão e de Diu. Graças ao almirante António de Figueiredo Dutra, foram os árabes vencidos em três encontros navais. Escreveu um relatório a propor meios para se atalhar os males e carências da Índia. No seu entender, deviam procurar-se boas relações com os potentados vizinhos, incluindo o Grão-Mogol e o xá da Pérsia, a quem enviou embaixadores com protestos de amizade».
[editar] O homem
Como homem de grandes interesses intelectuais, devem-se ressaltar suas relações com Jussieu, ao qual comunicou exemplares e descrições de plantas de Portugal e do ultramar; o seu suplemento, em francês, do Dictionnaire Historique de Moreri; a Tradução da Histoire de Charles XII de Voltaire e um Vocabulario dos indigenas de Madagascar.
Embora ligado pelo casamento à filha do conde da Ribeira Grande, à melhor nobreza do reino e da França, recebido com todas as honras pelo Duque de Orléans e por Luís XV de França, a Rainha viúva da Espanha e os príncipes de Rohan, seus parentes próximos, não gozava do favor de D. João V de Portugal, por questão de desconfiança pessoal, por acusações que lhe moveram, depois do primeiro governo da Índia, pelas relações mantidas com o Infante D. Manuel de Bragança, pela sua cultura «estrangeirada» e também sua dúvida pelas intrigas que lhe moveram os ofendidos pelo «Discurso Politico».
Protegeu as fábricas que o conde seu avô estabeleceu apesar da decadência em que as achou. Na volta do seu governo de vice-rei na India, veio para a França- entre outros conhecimentos que aí adquiriu foi o principal o do estado de perfeição das Artes. Havendo-se recolhido ao reino em 1723, achou vedada sua entrada no Paço até 1736 - mas em tais 13 anos fez o maiores estudos na Economia Politica, tomando todo o conhecimento do estado da Agricultura, das Artes e do Comércio.
«A primeira vez em que beijou a mão a El-Rei, apresentou um Discurso Político sobre os interesses do Reino, para mostrar que não estivera ocioso, ocupara aquele tempo em fazer-se util à Patria. Entre outras inadvertências ou descuidos que lembrou, tocou largamente embora com moderação e prudência, no demasiado aumento do Clero secular e regular e na sua amontoada riqueza. O poder do clero escandalizado do conteudo dele, coadjuvado dos poderes da Superstição, do Fanatismo e da Ignorância, deu ao autor a denominação de falto de Religião.»
E de notar, entretanto, que mesmo durante o período em que não era recebido pelo Rei, respondia a consultas que lhe eram dirigidas pelo Conselho Ultramarino.
[editar] Casamento e descendência
Casou com D. Ana Xavier de Rohan, filha de D. José Rodrigo da Câmara, 2.° Conde da Ribeira Grande, e Constança Emilia de Rohan Soubise. Teve como descendência:
- 1 - Francisco Xavier Rafael de Menezes, 6.º Conde da Ericeira, 2.º Marquês do Louriçal, senhor da Ericeira; 4.º senhor de Ancião, 10.º senhor do Louriçal.
- 2 - Constança Xavier de Menezes, casada circa 1740 com seu primo José Félix da Cunha Menezes, senhor do morgado de Paio Pires.
- 3 - D. Henrique de Menezes (1727-1787) 7.º Conde da Ericeira e 3.º Marquês de Louriçal, senhor da Ericeira, 5.º senhor de Ancião, 11.º senhor do Louriçal.
- 4 - José Vicente de Menezes.
- 5 - Joana de Menezes.
- 6 - Margarida Xavier de Menezes.
- 7 - Fernando de Menezes.
[editar] A morte
Quando faleceu, o «Elogio de D. Luis Carlos Inácio Xavier de Menezes, 5.° conde da Ericeira, 1.° Marquês de Louriçal", impresso em Londres, foi redigido pelo académico Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro conde de Oeiras e Marquês de Pombal.
[editar] Ver também
[editar] Bibliografia
- RELAÇAÕ, / E VERDADEIRAS NOTICIAS - das ultimas acçoens militares, ordenadas / PELO ILLUSTRIS. E EXCELLENTIS. SENHOR / D. LUIZ / DE MENEZES / MARQUEZ DO LOURIÇAL / VISO-REY, E CAPITAM GENERAL DA INDIA / E executadas por Manoel Soares Velho, General da Província / de Bardez / LISBOA / Com todas as licenças necessárias. / Anno de 1747.
- Autor desconhecido
- Descrição das acções militares que foram ordenadas pelo Vice-Rei daquele Estado no século XVIII.
Notas
- ↑ História de Portugal, vol. V
Precedido por Francisco Xavier de Menezes |
Conde da Ericeira ? - 1742 |
Sucedido por Francisco Xavier Rafael de Menezes |