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Lúcio Cornélio Sula - Wikipédia, a enciclopédia livre

Lúcio Cornélio Sula

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Lúcio Cornélio Sula ou Sila (em latim Lucius Cornelius Sulla) (ca. 138 a.C. - 78 a.C.) foi um general e estadista romano.

Sula nasceu numa família empobrecida da aristocracia romana, os patrícios Cornelii. Os seus primeiros anos foram passados na obscuridade e só conseguiu fundos para ingressar no Senado Romano, através de duas heranças, que Plutarco na sua biografia considera suspeitas. Sulla foi questor ao serviço de Caio Mário na campanha da Numídia e destacou-se sobre o seu comando ao capturar o rei Jugurta. Sulla continuou sobre o comando de Marius na campanha contra as tribos germânicas que se saldou num sucesso em 101 a.C.. Depois disso tentou progredir na sua carreira política mas falhou devido a um caso escandaloso com Cecília Dalmática, mulher de Marco Emílio Escauro, o político mais poderoso de então.


Em 99 a.C. ele tenta ser eleito pretor, mas não consegue, se elegendo então edil, durante este mandato, realizou as primeiras lutas de leões nos anfiteatros de Roma, ganhando prestígio. Com a sua sorte mudada, em 94 a.C. é eleito pretor urbano e subsequentemente governador da Cilícia na Ásia. No regresso a Roma distingue-se como general nas Guerras Sociais (91 - 88 a.C.) e é eleito consul no fim deste conflito graças às vitórias alcançadas. Durante o consulado, Sula obteve o comando principal na guerra contra Mitrídates VI do Ponto que acabava de começar. Mas o seu antigo aliado Caio Mário manobrou politicamente e retirou-lhe o comando através do suborno de um tribuno das plebes. Sula não se deixou ficar e tomou a decisão de invadir Roma com o seu exército. Nesta altura era considerado sacrilégio para um exército atravessar o pomerium, a fronteira simbólica da cidade. A sua atitude foi tão grave e inédita, que Sula nem repreendeu alguns dos seus legados que se recusaram a embarcar na aventura. Talvez devido ao efeito surpresa, Sula conquistou Roma e conseguiu assegurar o seu comando. No ano seguinte partiu para o Oriente e deixou Roma nas mãos de dois cônsules, um aristocráta, Cneu Otávio e um plebeu, Cornélio Cina, que após sua partida, guerrearam entre si, criando uma guerra civil, que fez com que Mário voltasse da África, onde se refugiara, a Roma e se unisse a Cina. Os revoltosos de Cina pilharam e saquearam a cidade em demasia, obrigando-o a reestabelecer a ordem por meio de um exercito de gauleses, morrendo Mário nesta revolta.


Aparentemente indiferente à devastação política que se vivia em Roma, Sula arrecadou inúmeras vitórias contra Mitrídates, que se aliara a Atenas. Em 82 a.C. regressa a Itália para encontrar um exército à sua espera. Na breve guerra civil que se seguiu, a qualidade dos veteranos das suas legiões provou ser decisiva. Sula invade Roma uma vez mais e em 81 a.C. com a batalha da Porta Colina torna-se ditador romano vitalício. Com essa vitória, ele foi homenageado pelo povo com a construção de uma estátua de bronze e ainda instituiu no calendário, mais uma festa, a da vitória de Sula.


Com Roma na bancarrota, Sula recorreu à proscrição dos seus inimigos políticos para arranjar os fundos necessários às reformas que pretendia realizar. Estas centraram-se essencialmente na concentração do poder no senado e na limitação da actividade legislativa da Assembleia do Povo. Sula foi essencialmente um conservador que se dedicou a eliminar todas as medidas progressistas tomadas nos últimos anos, valorizando a tradição do mos maiorum. Ele perseguiu e matou diversos seguidores de Mário, até mesmo expulssou um grande jovem, sobrinho de Mário (por parte de sua esposa), chamado, Caio Júlio César, que se tornaria um dos maiores nomes da história de Roma. Em 79 a.C., no pico do seu poder, Sulla toma a decisão de abdicar de todos os seus cargos e de se retirar da vida política. Com o objectivo de escrever as suas memórias, das quais sobrevivem alguns excertos, exilou-se na sua villa acompanhado por dançarinos, prostitutas e o seu amante Metróbio. Foi nesta agradável companhia que morreu provavelmente de cirrose, no ano seguinte. Durante os anos subsequentes da República Romana, seu nome sempre foi lembrado como o primeiro transgressor das leis sagradas da República.


[editar] Ver também

  • Primeira guerra civil de Sula (88-87 a.C.)
  • Segunda guerra civil de Sula (82-81 a.C.)



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