João de Castilho Pinto
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João de Castilho Pinto era morador do Rio de Janeiro, filho de Manuel de Castilho, com alvará de foros, escudeiro e cavaleiro fidalgo em 6 de novembro de 1642, pelos serviços prestados à Coroa. Um dos célebres «Sete Capitães dos Campos de Goitacazes», onde obtivera sesmaria em 1627. Morreu em 1671. Seu genro, Miguel Arias Maldonado, nascera nas ilhas Canárias.
Em 7 de janeiro de 1643 um alvará ordena ao Ouvidor-Geral do Rio de Janeiro proceder à demarcação e medição e tombo dos bens da Câmara do Rio. Era obra de João de Castilho Pinto, morador do Rio, que tinha ido a Lisboa e fizera petição nesse sentido. Requeria, «porque todos os bens do Concelho, terras e datas da dita Câmara estão usurpadas por pessoas poderosas não querendo consentir que se meçam». ALudia aos jesuítas, naturalemnte.
Quando o alvará chegou ao Rio, o procurador da Fazenda Real alegou que, conferindo ao Ouvidor-Geral o encargo da medição, o alvará lhe retirava atribuições. O procurador-geral dos Jesuítas opôs embargos, assustado com o papel atribuido a Castilho Pinto, qualificado de «muito poderoso e aparentado no Rio de Janeiro», sendo ele e seu genro, Maldonado, notórios inimigos da Companhia, e suspeitos em suas causas. Tão poderosa a Sociedade de Jesus que tais determinações só foram executadas 24 anos mais tarde.
Vereador da câmara do Rio em 1635, provedor da Santa Casa em 1655 e 1660, esteve no Reino em 1642 como procurador da câmara, protestando contra os jesuítas.
Antes de partir para Angola, aliás, Salvador Correia de Sá e Benevides, em 9 de março de 1648, fez uma verdadeira espoliação nos Campos dos Goitacazes, alegando confusão na delimitação das propriedade, e numa «escritura diabolica», como afirmam os cronistas, os dividiu em 12 quinhões, dos quais foram quatro e meio destinados aos Sete Capitães e seus herdeiros, três para ele próprio, três para a Companhia de Jesus, um para o Provedor da Fazenda Pedro de Sousa Pereira (casado com Ana Correia, portanto genro de Manuel Correia, primo de Salvador) e metade para os beneditinos.
Os legítimos possuidores foram assim despojados de mais de metade de suas terras. Dos Sete Capitães, três eram tios seus, Gonçalo Correia, Duarte Correia e Manuel Correia, delas desinteressados; os outros, em minoria, Miguel Arias Maldonado e Castilho Pinto, eram inimigos de Salvador e dos jesuítas.