João Cabral de Melo Neto
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João Cabral de Melo Neto | |
Estátua de João Cabral de Melo Neto no Recife | |
Nascimento | 9 de janeiro de 1920 Recife, Brasil |
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Falecimento | 9 de outubro de 1999 Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Poeta |
Magnum opus | Morte e vida severina |
Influências | Stéphane Mallarmé, Paul Valéry, literatura de cordel, Piet Mondrian, Marianne Moore, Le Corbusier, Charles Baudelaire |
Influenciados | Poesia concreta, Elizabeth Bishop, Régis Bonvicino, Carlito Azevedo, António Lobo Antunes |
João Cabral de Melo Neto (9 de janeiro de 1920, Recife – 9 de outubro de 1999, Rio de Janeiro) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.
Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do pintor Juan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios literários. Quando morreu, em 1999, era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.
Índice |
[editar] Sobre sua obra
Quando o leitor é confrontado com a poesia de Melo Neto apercebe-se, a princípio, de um certo número de dualidades antitéticas, por vezes obsessivas. Entre espaço e tempo, entre o dentro e o fora, entre o maciço e o não-maciço. Entre o masculino e o feminino, entre o Nordeste desértico e a Andaluzia fértil, ou entre a Caatinga desértica e o úmido Pernambuco. É uma poesia que causa algum estranhamento porque não é emotiva, mas sim cerebral. Melo Neto não recorre ao pathos ("paixão") para criar uma atmosfera poética, mas a uma construção elaborada e pensada da linguagem e do dizer da sua poesia.
Algumas palavras são usadas sistematicamente na poesia deste autor: cana, pedra, osso, esqueleto, dente, gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado, baía, relógio, seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome.
[editar] Curiosidades
- Estranhamente, João Cabral escreveu um poema sobre a Aspirina, que tomava regularmente, chamando-a de "Sol", de "Luz"… De fato, desde sua juventude João Cabral tomava de três a dez aspirinas por dia. Em entrevista à "TV Cultura", certa vez, ele contava que boa parte da inspiração (inspiração sempre cerebral) provinha da aspirina, que a aspirina o salvava da nulidade![1]
- João Cabral de Melo Neto não compareceu a nenhuma reunião da Academia Pernambucana de Letras como acadêmico, nem mesmo a sua posse.[2]
[editar] Bibliografia
- Pedra do Sono (1942)
- Os Três Mal-Amados (1943)
- O Engenheiro (1945)
- Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947)
- O Cão sem Plumas (1950)
- O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954)
- Dois Parlamentos (1960)
- Quaderna (1960)
- A Educação pela Pedra (1966)
- Morte e Vida Severina (1966)
- Museu de Tudo (1975)
- A Escola das Facas (1980)
- Auto do Frade (1984)
- Agrestes (1985)
- Crime na Calle Relator (1987)
- Primeiros Poemas (1990)
- Sevilha Andando (1990)
[editar] Premiações
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- Neustadt International Prize for Literature — 1992
- Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana — 1994
[editar] Academia Brasileira de Letras
Precedido por Assis Chateaubriand |
Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras 1968–1999 |
Sucedido por Ivan Junqueira |
Referências
- ↑ Documentário "João Cabral - Poesia da Pedra" (TV Cultura — TV Escola). Num monumento à aspirina.
- ↑ PARAÍSO, Rostand. Academia Pernambucana de Letras. Sua história. Recife: APL, 2006.