Igreja Matriz de São Brás
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Igreja mais antiga e mais importante da vila[carece de fontes ], foi mandada construir em 1510 por D. João da Silva, segundo donatário da Chamusca e de Ulme. A igreja foi consagrada a S. Brás, possivelmente devido ao filho varão do donatário dar pelo nome de Brás.
Aquando da visita de D. Manuel I à vila, corria o ano de 1518, já a igreja se encontrava concluída. Não obstante, o templo foi sofrendo inúmeras remodelações e modificações ao longo dos tempos. Da construção inicial já apenas restam o pórtico, em estilo manuelino, de volta redonda e com um entrançado de pedra assente sobre dois fustes, o portal lateral nascente e a pedra de armas com o característico leão do brasão dos Silvas, colocado por cima do pórtico.
As primeiras remodelações aconteceram logo nos finais do século XVI, pois a igreja não tinha capacidade para albergar todos os fiéis que a ela acorriam. No início do século seguinte, a igreja sofre novas modificações, desta vez a propósito do estabelecimento na vila de duas ordens religiosas: a Confraria das Almas do Purgatório e a Irmandade do Santíssimo Sacramento. Nos princípios do século XVIII, e por ordem de D. Maria Ana de Áustria, mulher de D. João V (Chamusca e Ulme eram já, desde a Restauração da Independência, pertença da Casa das Rainhas), foram levantadas as grossas paredes exteriores, construído o adro e erguidas as duas torres – a sineira e a do relógio – que, actualmente, ainda dominam a fachada do templo. Esta intervenção durou dez anos.
A igreja, de uma só nave, é coberta por um tecto de madeira de três planos, sendo a capela-mor coberta por um tecto em abóbada de berço pintado com motivos florais. A rodear o altar-mor, existem dois altares colaterais frontais. Tanto o altar-mor como os dois altares colaterais são em talha dourada do século XVII. Para além destes altares, a igreja contém ainda quatro capelas.
Das imagens dispostas no templo, podem-se salientar a de S. Brás, patrono da igreja e da freguesia da Chamusca, uma escultura em madeira estofada e policromada do século XVII, a de S. Sebastião, de pedra, do início do século XVI, a imagem do Senhor Morto, da autoria de Claude Laprade, adquirida no século XVIII pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e outra de S. João Baptista. Nos altares colaterais, encontram-se ainda pinturas sobre tábua, numa figurando o Baptismo, datada do princípio do século XVII, e outra representando a visão de S. Pedro antes da conversão do Centurião Cornélio, atribuída à Escola Portuguesa de Grão Vasco e datada do século XVI. No pavimento da capela-mor, encontra-se a lápide de jazida de D. João da Silva e de sua mulher, D. Joana Henriques.
No início do século XX, a igreja foi centro de uma curiosa e polémica história. Fruto do anticlericanismo dominante durante a I República, chegou a ser proposta a demolição do edifício, com vista à ampliação do espaço destinado ao mercado, que ainda hoje se faz em frente à igreja. Felizmente, a proposta acabou por ser recusada e, ainda hoje, S. Brás é a matriz da paróquia da Chamusca.