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Guerra do Prata - Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra do Prata

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Guerra do Prata

Batalha de Monte Caseros
Data: 1851-1852
Local: América do Sul
Desfecho: Derrota argentina
Intervenientes
Argentina Brasil,
Uruguai,
Entre Rios,
Corrientes
Principais líderes
Manuel Rosas
Manuel Oribe
Duque de Caxias
Conde Porto Alegre
John Pascoe Grenfell
Marquês de Herval
José Urquiza
Bartolomé Mitre
Garzon
Forças
43,500 argentinos e uruguaios
Total:
43,500 soldados
20,000 brasileiros,
15,000 argentinos e uruguaios
Total:
35,000 soldados
Vítimas
1,200-12,000 soldados 400-4,000 soldados

A chamada Guerra do Prata,[1] também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas,[2] ocorrida na metade do século XIX (1851-1852), integra o conjunto das Questões Platinas, na História das Relações Internacionais do Brasil.

Índice

[editar] Antecedentes (1828-51)

[editar] Surge um novo país: o Uruguai

Com o fim da Guerra da Cisplatina (1825-1828), o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata [3] assinaram em 27 de agosto de 1828 um tratado de paz onde ambos os países acordaram que a antiga província brasileira estaria definitivamente independente e que se necessário fosse, combateriam para que assim permanecesse[4].

A Cisplatina passou a chamar-se oficialmente República Oriental do Uruguai após da promulgação da sua constituição, em 1830[5]. Em seguida, foi eleito o seu primeiro presidente: don Fructuoso Rivera[5]. Rivera possuía um rival chamado don Juan Antonio Lavalleja, conhecido por haver declarado a independência da província Cisplatina com o apoio dos chamados "Trinta e Três Orientais". Da rivalidade entre os dois caudilhos, surgiram dois partidos no Uruguai: o Blanco, agrupando os correligionários de Lavalleja, e o Colorado, os partidários de Rivera[5].

[editar] O advento de Juan Manuel Rosas

Em 1830, as Províncias Unidas do Rio da Prata se tornaram a Confederação Argentina e, após um breve período de anarquia interna, Juan Manuel de Rosas foi eleito governador de Buenos Aires[5]. Apesar de seus laços com os federalistas, Rosas manteve controle sobre as demais províncias argentinas através de negociações e pressões militares. Assim, com a exceção do curto período de 1832 até 1835, governou o país como um verdadeiro ditador até à sua derrota na batalha de Monte Caseros[5], totalizando mais de 20 anos de governo sem respaldo constitucional[3].

Imagem:Começo da Passagem de Tonelero.jpg
Começo da Passagem de Tonelero.
Conflitos na História do Brasil
- Império -
Primeiro Reinado
Guerra da Independência: 1822-1823
Independência da Bahia: 1821-1823
Confederação do Equador: 1824
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828
Revolta dos Mercenários: 1828
Período Regencial
Federação do Guanais: 1832
Revolta dos Malês: 1835
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Segundo Reinado
Revoltas Liberais: 1842
Revolta Praieira: 1848-1850
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852
Ronco da Abelha: 1835-1845
Questão Christie: 1863
Guerra contra Aguirre: 1864
Guerra do Paraguai: 1864-1870
Revolta dos Muckers: 1874
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875


Juan Manuel de Rosas
Juan Manuel de Rosas

A situação interna se agravou, à medida em que o governo de Rosas se tornava cada vez mais despótico, o que conduziu a uma emigração em massa (cerca de 14.000 pessoas) de seus adversários políticos para o Uruguai, na tentativa de fuga da repressão impiedosa[6]. O real desejo de Rosas e também da maior parte dos argentinos era de recriar o antigo Vice-Reino do Rio da Prata e tornar a Argentina a principal potência na região platina[3]. Para tanto, seria necessário conquistar três países soberanos: a Bolívia, o Uruguai e o Paraguai, além de grande parte da região sul do Brasil.[7] Para atingir tal objetivo, o caudilho buscou aliados nos países vizinhos que pudessem colaborar com seus planos e envolveu-se, não só na política interna, como também na economia dos mesmos[7].

[editar] A situação na Argentina

Aos opositores de Rosas, desejosos de retirá-lo de seu cargo e tornar o país livre, mas sem possuírem meios de derrotá-lo militarmente, restou utilizar o campo das idéias. Não só o atacavam, mas faziam o mesmo contra seu regime e aliados, escrevendo artigos e livros denunciando sua ditadura, taxando-o de "bárbaro" que resistia à "civilização"[8]. Entre esses pensadores, o mais famoso foi Domingo Faustino Sarmiento, e que, duas décadas mais tarde, seria eleito presidente da Argentina. Os seus textos foram compilados e transformados em livro, comercializado nas principais capitais do mundo[8].

[editar] A situação do Paraguai

O Paraguai tornou-se independente em 1811, mas não fora reconhecido como tal por nenhum outro país. Para o então ditador José Gaspar Rodríguez de Francia, a melhor forma de manter a sua ditadura, e também a independência do Paraguai frente a Bueno Aires, era isolar o país completamente de qualquer tipo de contato com o mundo exterior. Por esta razão, até 1840 o país não possuía contatos diplomáticos com os países vizinhos[9]. Com a morte de Francia e a subida ao poder de Carlos Antonio López, o país assinou, em julho de 1841, dois tratados, um de Amizade, Comércio e Navegação, e um segundo, de Limites, com a província argentina de Corrientes[9], que havia se sublevado contra o governo central, unitário e despótico, de Rosas[8].

Rosas buscava de todas as formas impedir o contato do Paraguai com o exterior: além de recusar-se a reconhecer a sua independência, também criava entraves ao seu comércio, uma vez que controlava a navegação do rio Paraná[9], tendo fracassado em conquistar o país vizinho na década de 1840[8].

[editar] A situação do Uruguai

Retrato de Bento Gonçalves, século XIX. Acervo do Museu Júlio de Castilhos.
Retrato de Bento Gonçalves, século XIX. Acervo do Museu Júlio de Castilhos.

A tensão entre o presidente uruguaio Rivera e seu rival Lavalleja atingiu o ápice quando o último se rebelou na tentativa de tomar o poder à força do rival[5]. O revoltoso descobriu que o ditador do país vizinho, Rosas, estaria interessado não apenas em ajudá-lo financeiramente, mas também militarmente[3]. Pouco depois Lavalleja descobriu um novo aliado, desta vez em território brasileiro: o coronel Bento Gonçalves. O militar brasileiro iniciou a ajuda militar ao caudilho oriental a partir de 1832[5].

O encarregado de negócios do Império do Brasil em Montevidéu, Manuel de Almeida Vasconcelos, recebeu, em setembro de 1832, a denúncia de que Bento Gonçalves estava a auxiliar Lavalleja. Em seguida Vasconcelos alertou o governo brasileiro de que o caudilho uruguaio se dirigia costumeiramente até à fronteira entre o Brasil e Uruguai para receber munições, homens, armas e víveres da parte de Bento Gonçalves[5]. Vasconcelos ouviu diretamente do presidente Rivera que Bento Gonçalves continuava a enviar tropas para invadir o território uruguaio, onde saqueavam e assassinavam habitantes indefesos e que o militar brasileiro havia logrado convencer alguns de seus oficiais e soldados a se rebelarem para integrar a província brasileira do Rio Grande do Sul à Argentina[5].

O governo brasileiro tentou impedir as ações de Bento Gonçalves no Uruguai, mas sem sucesso, uma vez que se encontrava incapaz de se impor, uma vez que que naquele momento o Brasil estava passando por diversas rebeliões e que o exército imperial estava espalhado pelo território do país combatendo as revoltas. O caudilho brasileiro recebia ordens expressas para não se envolver no conflito uruguaio, no entanto, preferia ignorar e realizar o contrário[5]. Em 1834, foi à vez de Bento Gonçalves invadir pessoalmente o Uruguai em companhia de Lavalleja, com uma tropa de 111 homens, todos brasileiros, com a exceção de 50 uruguaios. Graças à insubordinação e traição de Bento Gonçalves, o Brasil viu-se arrastado para os conflitos da região[5].

No ano de 1835, Rivera cumpriu o seu mandato presidencial e don Manuel Oribe foi eleito para sucedê-lo. No início, o novo presidente se opunha aos atos de Bento Gonçalves e Lavalleja, mas três anos depois viria a se aliar aos revoltosos[5]. Em novembro do mesmo ano, mais uma vez o ministro dos Negócios Estrangeiros enviou ao governo brasileiro um ofício informando que havia rumores de um acordo entre Lavalleja, Rosas e Bento Gonçalves para que este último declarasse a independência do Rio Grande do Sul, se tornasse ditador e em seguida integrasse a província brasileira à Confederação Argentina[5].

Logo depois, Vasconcelos encontrou-se pessoalmente com o presidente uruguaio Oribe e avisou-o dos planos de Bento Gonçalves com os outros dois caudilhos. Oribe declarou ao brasileiro que já sabia em parte da situação e garantiu a Vasconcelos que de fato Rosas estava apoiando Bento Gonçalves. Para o enviado brasileiro, a confirmação de que um Chefe de Estado estrangeiro estaria financiando e apoiando o desmembramento de uma nação estrangeira fora uma grande e terrível surpresa[5].

Em 1835, Bento Gonçalves, com o apoio direto de Rosas e Lavalleja, finalmente iniciou a rebelião no Rio Grande do Sul que viria a ser chamada de "Farroupilha", extirpando a província, à força, do restante do Brasil[5]. Piorando ainda mais a situação do Império, Oribe desistiu de sua aliança com o ex-presidente Rivera e aliou-se a Rosas, Lavalleja e Bento Gonçalves. Em seguida Rivera iniciou uma revolta, mas acabou sendo derrotado militarmente e partiu para o Rio Grande do Sul, onde se aliou aos farrapos, até então aliados de Rosas, e ao Brigadeiro Bento Manuel, que prendeu o Presidente da província gaúcha e se uniu aos rebelados[5]. Em seguida Rivera e os farrapos invadiram o Uruguai e conquistaram completamente o país, com a exceção da capital, Montevidéu. Derrotado, Oribe partiu para a Argentina após renunciar à sua posição como presidente uruguaio e Rosas ordenou a invasão do Uruguai[5], que possuía apenas 75 mil habitantes, sendo um terço descendente de portugueses[6].

[editar] A Guerra Grande (1838-1851)

Ver artigo principal: Guerra Grande

Rivera foi reeleito presidente em 1838. Entretanto, Rosas enviou um exército liderado por Lavalleja, que foi derrotado. A partir daí, o caudilho uruguaio retirou-se definitivamente do conflito, deixando de participar da guerra civil de seu país, que se tornou conhecida como "La Guerra Grande"[3]. Em seguida, Rosas enviou um outro exército, formado por tropas argentinas e uruguaias sob o comando de Oribe[9]. As tropas de Oribe derrotaram as de Rivera e degolaram os vencidos, conforme a prática da reião à época. Apenas Rivera (que partiu para o exílio no Rio de Janeiro, tendo retornado apenas após o término do conflito), e alguns poucos conseguiram escapar[5]. Sem um presidente, o governo uruguaio elegeu Joaquim Suárez, que resistiu na capital enquanto as tropas, sob o comando de Oribe, conquistavam o restante do território uruguaio[4]. Assim, em 1843 teve início o sítio de Montevidéu, que perdurou até 1851[2][3].

Enquanto isso, os aliados de Oribe invadiam o sul do Brasil, furtando gado e assaltando estâncias, de forma que Francisco Pedro de Abreu, barão de Jacuí, decidiu por conta própria realizar represálias contra o Uruguai, organizando investidas que se tornaram conhecidas como "Califórnias"[6]. O apoio de Rosas aos Blancos contra os Colorados[9], que incitara a guerra entre os dois partidos há quase vinte anos[2], levou a que as duas potências mais poderosas da época, a França e a Grã-Bretanha, declarassem guerra à Argentina. Por repetidas vezes Buenos Aires sofreu o ataque das esquadras anglo-francesas e chegou a ter o porto bloqueado em várias ocasiões, mas a Argentina foi capaz de se manter até que os países assinaram um acordo de paz em 1849[2][3].

[editar] A última peça do quebra-cabeça: o Império do Brasil

O Império do Brasil era o país mais poderoso da América do Sul[7], mas, corroído pelas rebeliões internas que se iniciaram a partir da abdicação de dom Pedro I em 1831, não possuía meios para atuar de uma maneira significativa na região da Prata. Para o Brasil, um vizinho republicano poderoso no Prata, como a Argentina, era visto como uma ameaça a independência do Paraguai e Uruguai[9]. A manutenção da independência de ambos os países era vital para o Brasil, que temia uma possível nacionalização dos rios platinos por parte da Argentina, o que impossibilitaria a comunicação entre a província do Mato Grosso com a capital brasileira[9]. Outra razão era justamente por que não interessava ao Império a ampliação da fronteira entre a Argentina e o Brasil, pois assim facilitaria uma eventual agressão por parte de Rosas[9].

Em 1845, a rebelião dos Farrapos iniciada por Bento Gonçalves dez anos antes foi debelada. Ainda no mesmo ano, o Imperador dom Pedro II viajou para o sul do país na fragata Constituição, o mais poderoso navio de guerra brasileiro então, que foi comboiado por uma corveta, dois brigues e dois barcos a vapor, além de uma fragata norte-americana e de um brigue inglês[7]. O Imperador visitou a província de Santa Catarina (e também a região do futuro Paraná) até alcançar o Rio Grande do Sul e em todos os pontos, sem exceção, dom Pedro II foi acolhido com grande entusiasmo pela população local. No entanto, o momento mais marcante da viagem e simbólico do poder monárquico ocorreu quando Bento Gonçalves pediu para encontrar-se com o Imperador e lhe beijou a mão, demonstrando sua total submissão a dom Pedro II[7].

Com a pacificação do Brasil, tanto o governo quanto o Imperador puderam finalmente se virar para a região do Prata e tentar resolver de uma vez por todas os conflitos ali existentes. Mas os anos se passaram, e os membros do Conselho de Ministros não chegavam a um acordo quanto ao que fazer no Prata. Existiam os ministros que defendiam uma solução diplomática a qualquer custo, e os que acreditavam que só restava a alternativa bélica. No entanto, nenhum dos ministros queria a guerra a qualquer custo, a não ser que os meios pacíficos se revelassem infrutíferos[7].

Em 1849, o Presidente do Conselho de Ministros, ex-regente, e ferrenho partidário da paz a qualquer custo, Pedro de Araújo Lima, o futuro marquês de Olinda, temia a guerra, pois acreditava que o Brasil não estava preparado e uma possível derrota poderia vir a abalar a própria monarquia[8]. Ele acreditava que se o Brasil entrasse numa guerra contra a Argentina, poderia ocorrer o mesmo que ocorreu mais de vinte anos antes, quando a perda da Cisplatina contribuiu como uma das causas para a abdicação de dom Pedro I[7]. Sabendo que havia se tornado não só para os demais ministros, mas também para o próprio Imperador, que considerava o ex-regente como um pai, um estorvo, Olinda pediu demissão. Um novo gabinete foi formado, sendo presidido por José da Costa Carvalho, futuro marquês de Monte Alegre e para a pasta de Negócios Estrangeiros, foi nomeado Paulino de Souza, futuro visconde do Uruguai, que era decididamente a favor da guerra contra a Argentina[8][7].

[editar] A Aliança entre o Brasil, Uruguai, Paraguai e os dissidentes Argentinos

O ditador do Paraguai, Antonio Carlos Lopez, enviou uma nota ao governo imperial, onde solicitava o reconhecimento da independência paraguaia. Em 1844, José Antonio Pimenta Bueno chegou ao país, como primeiro encarregado de negócios brasileiro no Paraguai. No dia 14 de setembro do mesmo ano, Pimenta Bueno assinou o ato de reconhecimento da independência paraguaia, sendo o Brasil o primeiro país a fazê-lo[9]. Logo em seguida, o Visconde de Abrantes foi enviado a Europa para fazer com os demais países reconhecessem a independência paraguaia, o que de fato correu[2]. Enquanto isto, Pimenta Bueno estabeleceu excelentes relações com Carlos López, de quem se tornou conselheiro.[9]

Luís Alves de Lima e Silva, o futuro duque de Caxias assume a presidência do Rio Grande do Sul, após ter sido eleito Senador pela mesma província e também o comando-em-chefe do Exército brasileiro.[8][4] O governo imperial decide auxiliar diretamente o sitiados em Montevidéu a partir do ano de 1849 e em seguida busca dentro da Argentina apoio contra Rosas.[2] Em julho de 1850, o Brasil começa a auxiliar financeiramente o governo legal uruguaio em Montevidéu, contra o cerco de Oribe.[7] Em 6 de setembro do mesmo ano o representante uruguaio, André Lamas assinou um acordo com Irineu Envagelista de Souza, o futuro visconde Mauá, que fora encarregado pelo governo imperial de fazer os fornecimentos em dinheiro.[2] Em dezembro, assina com o governo paraguaio um tratado de aliança defensivo.[7] No 16 de março de 51, o Império do Brasil declara oficialmente que irá apoiar o Uruguai contra o exército golpista liderado por don Manuel Oribe.[7][4]

Pouco mais de um mês depois, em 1 de maio, a província argentina de Entre-Rios governada por José Justo Urquiza declarou a Rosas que "era vontade de seu povo reassumir o inteiro exercício de sua soberania e os poderes que delegara ao governador de Buenos Aires", seguida pela província de Corrientes, governada por Virasoro[7] que também realizou o mesmo pronunciamento.[8] O Brasil havia enviado nessa época, uma força naval para a região do Prata, que se concentrou em quase toda a totalidade no porto de Montevidéu. Para comandá-la, foi nomeado o britânico Chefe-de-Esquadra, John Pascoe Grenfell, veterano da guerra de independência do Brasil e da guerra da Cisplatina.[4]

Em 29 de maio de 1851 foi assinado um tratado de aliança ofensiva entre o Uruguai, Brasil e as províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes. Seu texto declarava que o objetivo da aliança era manter a independência uruguaia e pacificar seu território, expulsando as tropas comandadas por Oribe[6]. Urquiza ficou com o comando das forças argentinas dissidentes e as uruguaias ficaram sob as ordens do general don Eugênio Garzon.[4] e ambos receberam ajuda financeira e bélica por parte do Império do Brasil.[8] Don Juan Manuel Rosas, que desejava qualquer desculpa para iniciar de fato seus planos de conquistas,[7] finalmente declarou guerra ao Brasil em 18 de agosto de 1851.[8]

[editar] A Guerra do Prata (1851-1852)

[editar] O cerco a Oribe

Manuel Oribe.
Manuel Oribe.

O Chefe-de-Esquadra, John Pascoe Grenfell, alcançou Montevidéu em 4 de maio de 1851 e ficou no comando da esquadra brasileira composta da fragata Amazonas, corvetas União, D. Januária, D. Francisca, Berenice, Euterpe, Baiana e Bertioga, brigues Éolo, Calíope e Capibaribe, e vapores D. Afonso, D. Pedro, Pedro II, Golfinho, Recife e Paranense.[4] Em seguida efetuou o desembarque no dia 2 de agosto de 1851 da primeira força brasileira a então pisar em território uruguaio: cerca de 300 homens do 6º Batalhão de Caçadores que foram destinados para a guarnição do Fuerte del Cerro.[4]

Um exército composto por 16 mil soldados profissionais, em quatro divisões, com 6.500 de infantaria, 8.900 de cavalaria, 800 artilheiros e 26 canhões,[3] além de algumas centenas de mercenários europeus sob o comando do Luís Alves de Lima e Silva, então conde de Caxias, cruza a fronteira entre Uruguai e Paraguai.[8] Outros 4.000 soldados permaneceram no Brasil para proteger a fronteira, de forma que o efetivo total do Exército Brasileiro era de mais de 20.000 homens.[3]

O exército do general Oribe logo é cercado pelas tropas de Urquiza e Eugenio Garzón, e percebendo a aproximação dos brasileiros, percebe que não há alternativa a não ser render-se no dia 12 de outubro e assim evitar uma batalha fútil que apenas custaria as vidas de seus soldados. Derrotado e sem possibilidade alguma de continuar a guerra, Oribe se recolhe a sua quinta em Paso del Molino.[8] A esquadra brasileira, com os navios dispostos ao longo do Rio da Prata e afluentes, impediu que o exército vencido de Oribe pudesse retirar-se para o território argentino.[4] As tropas sob o comando do caudilho argentino Urquiza e do general uruguaio Garzón eram cerca de quinze mil homens e o exército de Oribe em torno de 8.500 pessoas. Os soldados argentinos no exército de Oribe foram incorporados ao exército de Urquiza e os uruguaios, ao de Garzon.[8]

No dia 21 de novembro, em Montevidéu, os representantes do Brasil, do Uruguai, de Entre Rios e Corrientes assinaram um tratado de aliança tendo por fim "libertar o povo argentino da opressão que suporta sob o domínio tirânico do Governador Rosas".[4] E em 25 de dezembro de 1851 o Brasil assinou um tratado Secreto de Aliança Defensiva com o Paraguai, enviando para o aliado instrutores militares e armas.[8]

[editar] A passagem de Tonelero

Pouco depois da rendição de Oribe, o exército aliado composto de tropas uruguaias, infantaria e artilharia argentinas de Urquiza e mais a 1ª Divisão brasileira comandada pelo Brigadeiro Manuel Marques de Sousa se concentrou em Colônia do Sacramento, no sul do Uruguai e defronte a Buenos Aires.[4]

Em 17 de dezembro de 1851, sete navios brasileiros, sendo quatro a vapor ("Afonso", "Pedro II", "Recife" e "D. Pedro") e três à vela (corvetas "Dna. Francisca" e "União" e o brigue "Calíope"), sob o comando de Grenfell, ultrapassaram os obstáculos opostos à navegação do rio Paraná onde, no passo do Tonelero, nas proximidades da barranca Acevedo, fora instalada uma poderosa fortificação dispondo de 16 peças de artilharia e 2.000 fuzileiros, sob o comando do general Mancilla[4]. No dia seguinte, outros navios brasileiros forçaram novamente a passagem, conduzindo o restante da Divisão comandada pelo Brigadeiro Manuel Marques de Sousa (o futuro barão de Porto Alegre), o que ocasionou a retirada desordenada de Mancilla e de seus soldados, que acreditaram que o desembarque ocorreria em seu forte, abandonando as suas peças de artilharia[4]. A operação de travessia do rio Paraná pelo exército aliado durou de 24 de dezembro de 1851 até 8 de janeiro de 1852[4].

Enquanto isso, o grosso das tropas brasileiras, cerca de 12 mil homens sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, manteve-se em Colônia do Sacramento. O comandante brasileiro logo partiu no vapor D. Afonso e adentrou o porto de Buenos Aires, para escolher o melhor local para que as suas forças desembarcassem na cidade, esperando entrar em conflito com a esquadra argentina ali fundeada, mas esta, entretanto, nada fez.[3]

[editar] A batalha de Monte Caseros

Ver artigo principal: Batalha de Monte Caseros

O exército aliado partiu em direção da capital argentina de Buenos Aires com o intuito de conquistá-la por terra, enquanto o Exército brasileiro comandado por Caxias iria atacar pelo mar. No entanto, o exército aliado acampou a cerca de nove quilômetros de Buenos Aires em 1 de fevereiro de 1852 e dois dias depois encontrou o exército argentino liderado por Rosas em pessoa.[4] As forças aliadas eram compostas por 20 mil argentinos, 1.700 uruguaios e 4.000 soldados de elite[2] brasileiros, distribuídos em cerca de 16 mil cavalarianos, 9 mil soldados de infantaria e mil de artilharia, totalizando 25.700 a 26.000 homens, com 45 a 50 canhões.[2] E do lado argentino, Rosas possuía cerca de 15 mil cavalarianos, 10 mil soldados de infantaria e 10 mil artilheiros, num total de 35 mil homens no máximo, com 60 canhões.[8]

Na madrugada do dia 3 de fevereiro, o comandante-em-chefe aliado José Justo Urquiza percorreu as fileiras aliadas e ao passar pelas tropas brasileiras, gritou: “-Viva o Brasil! Viva o Imperador!” e os soldados por sua vez responderam com viva ao comandante-em-chefe e aos aliados.[3] Os comandantes aliados eram Manuel Marques de Souza, Pirán, Galán, Urquiza e os futuros presidentes argentinos, Bartolomé Mitre e Domingo Sarmiento (que anos antes havia combatido Rosas escrevendo textos contra o ditador) que se reuniram em conselho e decidiram iniciar a batalha.[8] O ditador Rosas escolheu o melhor terreno possível para preparar o seu exército, dispondo-o no topo de um monte em Caseros, do outro lado de um ribeirinho chamado Arrojo Morón, e quase que imediatamente, entre nove e onze horas da manhã (os relatos são conflituosos), a vanguarda de ambos os exércitos começou a atirar.

A formação do exército aliado era a seguinte: no flanco direito, estava reunida a cavalaria argentina sob o comando do General Anacleto Medina. No centro, sob o comando do brigadeiro Manuel Marques de Sousa, estava concentrado o grosso da infantaria, formada em sua maioria por brasileiros e argentinos (sob o comando e Bartolomé Mitre), protegendo as peças de artilharia ao fundo. À esquerda, mais divisões de cavalaria sob o comando do General Juan Pablo Lopez e de Urquiza, sendo auxiliadas pela infantaria uruguaia e por um regimento de cavalaria comandado pelo tenente-coronel Osório. O plano de combate era enviar as divisões de cavalaria situadas nos extremos do exército para atingirem os flancos do inimigo, que seriam atingidos em cheio ao meio pelo avanço da infantaria aliada e pelos ataques da artilharia.[3]

Por sua vez, a formação do exército argentino de Manuel Rosas estava definida da seguinte maneira: no topo do morro havia a Chácara de Caseros, composta por duas casas, onde o ditador estava alojado com o seu Estado-maior e também com cinco batalhões de infantaria. Na frente das casas, estava alojada parte da artilharia, que por sua vez estava protegida por fossos. Do centro para a direita, estava o restante da artilharia, e do centro para a esquerda, a cavalaria juntamente com a infantaria.

Logo que o exército aliado ultrapassou o ribeirinho, começou a sofrer um pesado bombardeio. Para colaborar com o ataque ao flanco direito de Rosas, Urquiza partiu do lado esquerdo para o direito com regimentos de cavalaria sob as ordens do Major-General Benjamim Visoro, que conseguiram esmagar as fileiras inimigas. O lado esquerdo logo sofreu um pesado ataque por parte das peças de artilharia de Rosas. No centro, a infantaria brasileira, auxiliada pela uruguaia (a maior parte da infantaria argentina aliada havia sido transferida para apoiar o ataque no flanco esquerdo inimigo), com dificuldades por causa do terreno lamacento, consegue ultrapassar os fossos e conquistar as duas casas, após um embate violento de baionetas com as tropas argentinas de Rosas.

Poucos minutos antes das forças aliadas alcançarem a chácara de Caseros, don Juan Manuel Rosas escapou do campo de batalha e, disfarçado de marinheiro,[2] pediu auxílio a Robert Gore, representante britânico em Buenos Aires, que o transportou junto com a sua filha Manuelita para o Reino Unido,[8] onde passou os últimos vinte anos de vida.[9]

A batalha terminou às três horas da tarde, e o saldo oficial de mortos do lado aliado fora em torno de 400 mortos, enquanto no exército argentino de Rosas fora em torno de 1.200 mortos. No entanto, pela duração e proporções da batalha, é mais provável que o número de mortos tenha sido bem mais alto, talvez entre cinco a dez vezes a mais que os números oficiais.

Segundo José Justo Urquiza, através do boletim nº 26 (escrito por Sarmiento), a atuação do brigadeiro Marques de Sousa como comandante de suas tropas fora a seguinte: "O senhor brigadeiro Marques, chefe do centro das forças brasileiras, deu um dia de glória à sua pátria, acrescentando novos louros à sua fronte, e granjeando o respeito e gratidão de seus aliados".[3]

Sarmiento após a batalha de Caseros (1852)
Sarmiento após a batalha de Caseros (1852)

Para comemorar a vitória, as tropas aliadas desfilaram triunfalmente pelas ruas de Buenos Aires, inclusive o Exército Brasileiro que, ao passar, deixou a população civil portenha cabisbaixa, silenciosa e até mesmo hostil. O Brasil havia insistido em que o seu desfile ocorresse no dia 20 de fevereiro, pois se tratava de uma revanche sobre sua derrota pelas mãos dos argentinos em Ituzaingó vinte cinco anos antes, na Guerra da Cisplatina.[8]

[editar] Conclusão

A vitória em Caseros foi a mais significativa vitória militar brasileira,[8] e suas conseqüências diretas foram [...] a conservação do Uruguai, a independência do Paraguai, o fim da projetada invasão do Rio Grande do Sul.[8] E de fato, em apenas três anos o Império do Brasil foi capaz de destruir todo o longo e planejado trabalho, tão desejado pelos argentinos desde sua independência, de reconstituir o Vice-Reinado do Prata.[7]

O triunfo brasileiro representou um divisor de águas para a história da região, pois implicou na consagração da hegemonia imperial sobre o Prata.[8] A vitória sobre o Paraguai dezoito anos mais tarde seria apenas uma confirmação deste status.[9] De fato, o que as potências da época, Grã-Bretanha e França, não conseguiram através de suas poderosas esquadras, o Brasil conseguiu com o seu Exército e Armada (como se então chamava a Marinha de Guerra).[2] Enquanto o Rio Grande do Sul, [...] ao participar do esforço de guerra, viu os desejos separatistas de parte de sua população desaparecerem e serviu para integrar a província problemática ao restante do país, efetivamente pacificando-a. Tal quadro viria a se modificar somente com o advento da república em 1889, que foi uma causa direta da guerra civil de 1893-1895.[8] A monarquia saiu fortalecida e desapareceram as revoltas internas.[8] Até o fim do Império, o Brasil passou por um período de grande prosperidade econômica, científica e cultural, além de estabilidade política que inexistia em seus vizinhos.[2][7][3]

Entretanto, a Argentina entrou num período de grande decadência, originária do juramento da constituição de 1852, que efetivou os anseios descentralizadores e federalistas das províncias argentinas. A única exceção coube a Buenos Aires, que elaborou sua própria constituição. Assim, de 1854 até 1862 existiram dois países na região em conflitos constantes: Buenos Aires e a Confederação Argentina.[9]

O Paraguai, por sua vez, com a abertura dos rios platinos foi possível o recrutamento de técnicos europeus e da compra de tecnologia bélica no exterior, além do envio de especialistas brasileiros. Durante grande parte da década de 1850, o ditador Carlos López dificultou a livre navegação do rio Paraguai por parte dos brasileiros. Para piorar a situação, o seu país não conseguiu se entender nem com o Império do Brasil e nem com a Confederação Argentina quanto aos limites fronteiriços entre si, colaborando para o acirramento dos atritos entre os antigos aliados.[9]

A vitória na Guerra do Prata por parte dos aliados plantou uma semente para outro conflito na região, visto que a instabilidade política no Uruguai não cessou após a vitória sobre Rosas. As disputas pelos limites fronteiriços e pela hegemonia regional propiciaria anos mais tarde o desencadeamento do mais longo e brutal conflito internacional sul-americano: a Guerra do Paraguai.[2][9][8][3][6]

[editar] Bibliografia

  • CALMON, Pedro. História da Civilização Brasileira. Brasília: Senado Federal, 200?.
  • DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra. Companhia das Letras, 2002.
  • GOLIN, Tau. A Fronteira. Porto Alegre: L&PM Editores, 2002.
  • HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira (II, v. 3). DIFEL/Difusão Editorial S.A., 1976.
  • LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II (v. 1). São Paulo: UNESP, 1979.
  • MAIA, João do Prado. A Marinha de Guerra do Brasil na Colônia e no Império. Livraria Editora Cátedra, 1975.
  • SILVA COSTA, Virgílio Pereira da. Duque de Caxias. São Paulo: Editora Três, 2003.
  • VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Objetiva, 2002.
  • VIANNA, Hélio. História do Brasil. Melhoramentos, 1994.

[editar] Ver também

Referências

  1. SILVA COSTA, Virgílio Pereira da, Duque de Caxias, Editora Três, 2003
  2. 2,00 2,01 2,02 2,03 2,04 2,05 2,06 2,07 2,08 2,09 2,10 2,11 2,12 CALMON, Pedro, História da Civilização Brasileira, Senado Federal, 2002
  3. 3,00 3,01 3,02 3,03 3,04 3,05 3,06 3,07 3,08 3,09 3,10 3,11 3,12 3,13 3,14 VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Objetiva, 2002.
  4. 4,00 4,01 4,02 4,03 4,04 4,05 4,06 4,07 4,08 4,09 4,10 4,11 4,12 4,13 4,14 MAIA, João do Prado. A Marinha de Guerra do Brasil na Colônia e no Império. Livraria Editora Cátedra, 1975.
  5. 5,00 5,01 5,02 5,03 5,04 5,05 5,06 5,07 5,08 5,09 5,10 5,11 5,12 5,13 5,14 5,15 5,16 5,17 HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira, II, v. 3. DIFEL/Difusão Editorial S.A., 1976.
  6. 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 VIANNA, Hélio, História do Brasil, Melhoramentos, 1994
  7. 7,00 7,01 7,02 7,03 7,04 7,05 7,06 7,07 7,08 7,09 7,10 7,11 7,12 7,13 7,14 LYRA, Heitor, História de Dom Pedro II, v.1, UNESP, 1979
  8. 8,00 8,01 8,02 8,03 8,04 8,05 8,06 8,07 8,08 8,09 8,10 8,11 8,12 8,13 8,14 8,15 8,16 8,17 8,18 8,19 8,20 8,21 8,22 8,23 GOLIN, Tau. A Fronteira. Porto Alegre: L&PM Editores, 2002.
  9. 9,00 9,01 9,02 9,03 9,04 9,05 9,06 9,07 9,08 9,09 9,10 9,11 9,12 9,13 9,14 DORATIOTO, Francisco, Maldita Guerra, Companhia das Letras, 2002
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