Giambattista Vico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Este artigo ou seção precisa ser wikificado. Por favor ajude a formatar este artigo de acordo com as diretrizes estabelecidas no livro de estilo. (Fevereiro de 2008) |
Giambattista Vico | |
Giambattista Vico | |
Nascimento | 23 de junho de 1668 Nápoles, Itália |
---|---|
Falecimento | 23 de janeiro de 1744 Nápoles, Itália |
Nacionalidade | Italiano |
Ocupação | Filósofo, historiador, jurista |
Magnum opus | Ciência Nova |
Escola/tradição | Humanismo, Iluminismo |
Principais interesses | Epistemologia, Ética, Ontologia, Filosofia da história, Psicologia |
Idéias notáveis | Verum factum, precursor da epistemologia construtivista |
Influências | Platão, Aristóteles, Bacon, Grócio, Tácito |
Influenciados | Coleridge, Goethe, Marx, Croce, Joyce, Comte, Montesquieu |
Giambattista Vico ou Giovanni Battista Vico
Vico nasceu como o sexto dos oito filhos de Antônio Vico e Candida Masulio, em 23 de junho de 1668, em Nápoles. Foi-lhe dado este nome por causa de São João Batista, e foi batizado na Igreja Católica, à qual permaneceu leal toda a vida. Desde a primeira infância ele combinou um agudo e amplo intelecto com um insaciável amor ao conhecimento, e muito da sua educação se deu na livraria de seu pai. Com a idade de sete anos ele caiu do alto de uma escada - talvez uma daquelas usadas para alcançar os livros na loja - e fraturou severamente seu crânio. Durante as cinco horas em que permaneceu completamente inconsciente e imóvel, o médico local declarou que ele ou morreria ou ficaria idiotizado. Apesar de sua convalescença levar três anos e sua constituição permanecer delicada durante toda a vida, ele recuperou-se integralmente e entrou na escola com dez anos. Vico ultrapassou seus colegas tão rapidamente que logo foi transferido para uma escola jesuíta. Dentro de um ano, contudo, ele viu seus professores devolvendo-o à anterior, e ele deixou a escola para estudar por conta própria.
Uma visita casual á universidade atraiu sua atenção para o direito romano, em uma época em que a jurisprudência envolvia conhecimento de ética, teologia, política, história, filologia, línguas e literatura. Embora ouvisse as detalhadas palestras de Don Francesco Verde, um distinguido professor de direito, ele percebeu que os princípios básicos eram facilmente perdidos nas minúcias, e ele voltou ao estudo autônomo mais uma vez. Com dezesseis anos ele testou suas habilidades no tribunal assumindo um caso em defesa de seu pai. Ele deu-se bem mas decidiu-se a não seguir a custosa prática do direito. Achou sua saúde fraca, as cortes ruidosas, os casos tediosos e sua mente poética restringida demais naquela profissão, embora descobrisse na jurisprudência as chaves para um novo entendimento da humanidade e da sociedade.
Abriu-se uma porta para Vico quando o Bispo de Íschia, impressionado com suas concepções sobre o ensino da jurisprudência, recomendou-o ao seu irmão, o Marquês de Vatolia. Durante nove anos Vico desfrutou das luxuriantes paisagens de Cilentum e da grande biblioteca do castelo de Vatolia. Ele lia autores antigos e escritores italianos desde Cícero até Boccaccio, de Virgílio a Dante, de Horácio até Petrarca. Ele apreciava Platão e aborreciam-lhe os Epicuristas, porque eles ensinavam "uma moral de solitários", uma ética individualista que ignorava as leis imutáveis que governavam a humanidade coletiva. Ele olhou para a filosofia Cartesiana e imediatamente reconheceu nela as bases das ciências emergentes, mas descobriu em Descartes erro e perigo. Em 1664 encontrou Dante ignorado, Ficino e Pico postos de lado e o Cartesianismo na vanguarda do debate intelectual. Vico empobreceu em uma cidade que pouco ligava para suas concepções. Ele ficou reduzido á composição de inscrições e á escrita de encômios sob encomenda, algo às vezes degradante, que ele continuou a fazer depois de ser indicado professor de retórica na Universidade de Nápoles, em 1697. Dois anos depois, casou com Teresa Destito e enfim foi pai de diversos filhos. Embora não tivesse gosto algum pela política acadêmica e seu cargo fosse dos menos remunerados na universidade, seu brilhantismo e eloqüência levaram-no freqüentemente a pronunciar o discurso de abertura do ano acadêmico.
Em 1710 Vico publicou o 'De Antiqüíssima Italorum Sapientia' (A Antiga Sabedoria dos Italianos), na qual tentava apresentar a sabedoria dos sábios jônios e etruscos através de uma análise filológica das palavras latinas. A metafísica deve encontrar os fatos que podem ser convertidos em verdades e descobrir assim um princípio de causação enraizado no senso comum. Para Vico, este princípio só é encontrado em Deus, o verdadeiro e derradeiro Ens que contém toda a fé e inteligência. A partir deste trabalho fundamental, Vico passou os doze anos seguintes elaborando a idéia de que a abordagem histórica da lei como desenvolvida nas diferentes sociedades, aliada à visão metafísica da lei divina imutável, poderia delinear uma ciência que compreendesse as verdades conhecíveis pelo homem. À medida que a reputação de Vico se espalhava, sua saúde debilitava-se e sua vida era complicada por problemas domésticos. Uma filha sofria de séria doença degenerativa, e um filho foi preso por vida dissoluta e dívidas. Uma segunda filha ganhou renome como poetisa, e seu filho favorito foi indicado para a sua cátedra de retórica. Quando os Bourbon assumiram o trono de Nápoles, Carlos III indicou Vico como historiógrafo real. Logo depois sua saúde colapsou, e o câncer quase destruiu seu poder de falar. Durante quatorze meses ele ficou entre a prostração e a dor, ir responsivo àqueles em torno de si. Subitamente um dia ele ergueu-se, reconheceu sua esposa e filhos e tranqüilamente cantou uma passagem dos Salmos. E então morreu rapidamente, passando à história em 20 de janeiro de 1744. Gianbattista Vico discerniu a explosiva mistura da razão com a mecânica e ofereceu uma nova ciência que poderia trazer as mais altas percepções da Renascença para dentro da metodologia dos primeiros investigadores modernos.