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Ganz unten - Wikipédia, a enciclopédia livre

Ganz unten

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Ganz unten é o título original do livro de Günter Wallraff, que foi lançado no Brasil com o título de Cabeça de Turco.

O livro retrata a situação dos turcos na Alemanha, sofrendo todo o tipo de preconceito.

[editar] Resumo

Cabeça de Turco, reportagem literária do jornalista alemão de fama internacional Günter Wallraff, é uma obra corajosa que desnuda a realidade dos estrangeiros que buscam a sobrevivência na Alemanha. Wallraff denuncia, baseado na experiência que sentiu na própria pele, a situação de marginalização, desprezo e discriminação das minorias étnicas em uma sociedade que se julga “sensata, soberana, incontestável e imparcial”. Trata-se de um relato, na primeira pessoa, das agruras a que estão submetidos imigrantes iugoslavos, espanhóis, gregos, e, em especial, os turcos.

A metodologia da reportagem pode ser resumida da seguinte maneira: a encarnação do repórter em personagem do seu próprio livro. Wallraff não se satisfez com a distância imposta pelo método de entrevistas e pesquisas – para expor a realidade nua e crua, em toda a sua intensidade e caráter humano, o jornalista transformou-se no objeto da reportagem. Essa opção permite uma aproximação extraordinária da realidade, uma vez que o repórter não apenas testemunha, mas sente o fato. É capaz de relatá-lo em um nível psíquico, tendo uma idéia do que se passa na cabeça do imigrante marginalizado.

Para iniciar a sua viagem aos “porões da sociedade alemã”, ele teve de passar por uma radical metamorfose, a fim de impedir que o desmascarassem e que o projeto do livro fracassasse. Confessa que evitou por muito tempo o papel de um imigrante turco disposto aos trabalhos mais degradantes para sobreviver. Sabia de antemão, por depoimentos, o que iria sofrer – desaforos diários, exposição a riscos em trabalhos perigosos, não-pagamento integral de benefícios e encargos sociais, exploração incontida do trabalho, etc. Colocou lentes de contato escuras, “aprendeu” a falar um alemão canhestro, passou por baterias de exercícios para fortalecer as costas para os extenuantes trabalhos que o aguardavam.

Ofereceu-se com o seguinte anúncio: estrangeiro, robusto, procura qualquer tipo de trabalho, mesmo que seja muito pesado e sujo, mesmo que paguem pouco. A fim de “ensaiar” para o seu papel, sob o pseudônimo de Ali Sinirlioglu, aceitou algumas propostas de emprego que ofertavam de 5 a 9 marcos/hora, quando o salário-referência alemão é de 11 marcos/hora. Trabalhou como ajudante em uma fazenda, recebendo apenas alojamento, como tocador de realejo mendicante, e até na cozinha de um McDonald’s (inclusive aí testemunhou absurdos de insalubridade, em uma rede cujo um dos motes é a “extrema limpeza de seus ambientes”).

Wallraff não testemunhou o desprezo aos estrangeiros apenas nos meios em que trabalhava. No momento em que foi pedir batismo a padres da Igreja Católica, instituição que presumivelmente não teria olhos para diferenças étnicas, encontrou fortíssimas resistências. Apesar de ter demonstrado evidente disposição de se “converter” do islamismo para o catolicismo e um bom domínio dos ensinamentos cristãos, os padres alemães que visitou o encararam com desconfiança e fizeram exigências intransponíveis para a sua conversão. Apenas quando encontrou um padre oriundo da Polônia, que também havia sofrido perseguição política, foi batizado.

O ponto principal do livro, que ocupa a maioria dos capítulos, são os trabalhos a que Ali é dirigido quando se oferece para a empreiteira Adler. Além de usar de todo o tipo de subterfúgio para burlar a legislação, atrasando o pagamento de salários baixíssimos e não registrando seus operários para driblar o fisco, Adler remete os trabalhadores estrangeiros para subempregos em outras empresas.

Nelas, os operários não-alemães geralmente ficam nos piores e mais perigosos postos, e a não-observância das normas de segurança é uma constante nesses locais. Como no grupo Thyssen, industria de aço, em que trabalhadores turcos ficam expostos ao pó e gás de coque, sem capacete, máscara e luvas de proteção, e em turnos que podem chegar a 16 horas por dia. Não era raro, por exemplo, um operário estar dormindo em casa há apenas duas horas, após trabalhar por mais de doze, e receber um telefonema exigindo que se apresentasse para o próximo turno.

Nas amizades que Wallraff fez com outros turcos, ouviu histórias de operários que morreram por causa das emanações de gás e de outros que, apesar de terem sofrido acidentes sérios, não puderam exigir licença por causa da sua situação irregular. Um bom exemplo é um operário turco com quem Ali conversou. Seu nome era Mehmet. Tinha 49 anos, mas aparentava 60. Em um só ano sofreu três acidentes graves e continuou trabalhando. Um dia, após dez anos de trabalho, foi demitido. O que se vê nas páginas do livro é um festival de irregularidades cometidas por Adler, que construiu fortuna em cima da exploração incontida do trabalho de imigrantes, aproveitando-se da sua situação social desesperadora.

Tomando conhecimento de que muitos estrangeiros são requisitados para trabalhar de cobaias na indústria farmacêutica, Ali decide deixar o trabalho pesado na Thyssen. Com uma bronquite crônica e os ombros doloridos, parte para Neu Ulm, onde fica o instituto LAB, um dos maiores institutos de testes da Europa. Sem maiores perguntas é aceito e enviado para um check-up. Aprovado, o teste começaria no dia seguinte: duraria onze semanas e consistia em testar medicamentos para eplepsia. Os efeitos colaterais eram terríveis: problemas na vista, “vertigem violenta, fortes dores de cabeça e distúrbios de percepção”, além de sangramento na gengiva. Um dia depois abandonou o teste. Logo após, tendo ido verificar a situação de outro laboratório, deu-se ao luxo de recusar o trabalho, o que a maioria dos imigrantes não pode fazer. Wallraff denuncia, ao consultar um professor da Universidade de Bremen, que a maioria desses testes são desnecessários. “São estudos que têm propósitos comerciais, e não há nenhuma relação entre sua utilização e as despesas que acarretam”.

Sem se sentir em condições de voltar a trabalhar na Thyssen, Ali, sabendo que Adler estava tendo problemas com seu motorista, decide obter esse cargo. Para isso inventa para Adler que alguns operários queriam dar-lhe uma surra por conta de salários atrasados. Não pagar os empregados, aliás, era costume de Adler. Prometendo-lhe proteção, consegue a “promoção”: “de engolidor de pó e trabalhador braçal a motorista particular e guarda-costas”.

Certa vez, Walrraff é quase descoberto. Adler percebeu quando ele fez sinal para o fotográfo, mas com a desculpa de que fazia um exercício de caratê, afastou as suspeitas. Dirigindo o Mercedes do patrão, Ali pode ouvir suas conversas por telefone, despedindo funcionários, ou falando com industrias e políticos. Adler é um homem que aproveita-se do desemprego para explorar pobres coitados. “Ele está longe de conhecer todas as vítimas de sua exploração; quando muito , sabe o nome desses infelizes. Só quer o dinheiro que lucra com eles”.

Günter Walrraff, então, constata que ainda lhe falta uma ocupação: trabalhar em uma usina nuclear. Tenta uma colocação em Würgassen, a usina nuclear mais antiga da Alemanha. No entanto a resposta demorou dois meses, uma vez que a vida de quem quer trabalhar lá é investigada. Nesse meio tempo, é alertado por um amigo médico que a exposição á radiação, somada á bronquite e às seqüelas do teste farmacêutico poderia gerar lesões permanentes. Desistiu da idéia, mas colhendo depoimentos, contatou como é o trabalho na usina: os operários, em sua maioria imigrantes, recebem “em poucos dias, ou horas, às vezes até mesmo em segundos, a dose máxima de radiação permitida por ano: 5000 milirem”. Estourada esta cota, sem saber o porquê, são mandados embora.

Porém, há uma denúncia muito mais grave feita por Wallraff: caso sirva aos seus interesses Adler, pode mandar, a pedido de alguma usina nuclear, uma equipe de imigrantes para executar serviços de altíssima periculosidade, em áreas expostas a gigantesca radiação, e que certamente redundarão na morte por câncer dentro de alguns anos. A exigência é que sejam imigrantes, para que, após o serviço, retornem aos seus países de origem, onde morrerão sem que se possa provar a causa do câncer e sem atrair a atenção de autoridades alemãs. Para apurar essa denúncia gravíssima, Wallraff monta uma “operação” para provar que Adler envolve-se em um negócio que resulta, em outras palavras, num “assassinato a prazo”. Queria ver até que ponto ia a ganância de seu patrão.

Para isso Walrraff chama dois amigos para se fazerem passar por homens de uma usina atômica com um sério problema, e cuja resolução, a cargo de Adler, seria uma missão suicida. Fechado o negócio, Adler encarregou Ali de arranjar alguns conterrâneos para esse trabalho. O combinado: um ônibus estaria á espera dos seis pobres diabos e os levaria á usina. Feito o trabalho, em 14 dias deviam estar fora do país. Walrraff, então, constatou que Adler não tinha limites. Sua máxima era: “nós fazemos de tudo”. O autor completa: “tudo o que dê lucro”.

O problema é que não havia ônibus, não havia nada. Então a encenação: amigos de Walrraff, simulando policiais à paisana acabariam com a operação e levariam alguns turcos “encanados”, Adler fugiria e não desconfiaria de nada. Após alguns imprevistos, o plano dá certo.

Cabeça de Turco, enfim, é uma denúncia, não só da situação dos imigrantes, mas sobretudo do sistema capitalista. Mostra uma sociedade que se diz civilizada, mas que, ao contrário, é desumana. O jornalista tornou-se objeto de sua reportagem e produziu uma obra capaz de levar o leitor a uma reflexão .

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