Docetismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é o nome dado a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva, que defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Não existiam docetas enquanto seita ou religião específica, mas como uma corrente de pensamento que atravessou diversos estratos da Igreja.
Esta doutrina é refutada para a Igreja Católica e pelos protestantes no Evangelho de São João, no primeiro capítulo, onde se afirma que "o Verbo se fez carne". Autores cristãos posteriores, como Inácio de Antioquia e Ireneu de Lião deram os contributos teológicos mais importantes para a erradicação deste pensamento, em especial o último que, na sua obra Adversus Haereses defendeu as ideias principais que contrariavam o docetismo, ou seja, a teologia do Cristocentrismo, a recapitulação em Cristo do Homem caído em pecado e a união entre a Criação, o pecado e a Redenção.
A origem do docetismo é geralmente atribuída a correntes gnósticas para quem o mundo material era mau e corrompido e que tentavam aliar, de forma racional, a Revelação diposta nas escrituras à filosofia grega. Esta doutrina viria a ser condenada como heresia no Concílio Ecumênico de Calcedônia.
[editar] Referências bibliográficas
- PINHO, Arnaldo de. Docetismo, in "Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura, Edição Século XXI", Volume IX, Editorial Verbo, Braga, Abril de 1999