Di Cavalcanti
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Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor, ilustrador e caricaturista brasileiro.
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[editar] Biografia
Nascido no Rio de Janeiro em 1897, estreou como desenhista no salão das Humoristas em 1916. Após se mudar para São Paulo em 1917, conviveu com Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafalti e Brecheret. Freqüentou também o ateliê do pintor impressionista alemão George Elpons.[1]
Foi dele a idéia da Semana de Arte Moderna, que aconteceu no Teatro Municipal de 1922. Era uma época de muitas novidades, como o carro, a fotografia e o cinema mudo. Então a vida das pessoas estava mudando muito rápido, mas a poesia e a pintura continuavam a seguir as antigas regras, em sua maioria francesas.
Di Cavalcanti foi também um intelectual bem informado sobre as vanguardas artísticas de seu tempo. Em 1921, foi convidado a ilustrar o livro "Balada do Cárcere de Reading", de Oscar Wilde, um dos mais renomados escritores da época.[2] Neste mesmo ano se casa com Maria, sua prima em segundo grau.[3].
A semana de 22 foi uma espécie de festival em que modernistas brasileiros mostraram seus trabalhos. Além de expor suas telas, Di Cavalcanti desenhou o programa e os convites da mostra. Em seguida, em 1923, viajou para a Europa para estudar e lá conheceu e conviveu com grandes mestres da pintura, como Picasso, Braque, Matisse e Léger. Di Cavalcanti também teve influências de Paul Gauguin, de Delacroix e dos muralistas mexicanos. O contato que teve com o cubismo de Picasso, o expressionismo e outras correntes artísticas de vanguarda, contribuiu para aumentar sua disposição em quebrar paradigmas e inovar em sua arte, sem perder de vista uma estética que abordava a sensualidade tropical.[4]
Na volta ao Brasil, retratou temas nacionais e populares, como favelas, operários, soldados, marinheiros e festas populares. Também ficou conhecido por seus belos retratos de mulatas, fase em que consagrou a modelo e atriz Marina Montini.
Em 1926, já no Brasil, ingressa no Partido Comunista e continua a fazer ilustrações. Após nova viagem a Paris, faz os painéis de decoração do Teatro João Caetano do Rio de Janeiro. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, Di Cavalcanti é preso pela primeira vez. Após ser libertado, se casa com Noêmia Mourão, sua segunda esposa.[5] Em 1950 projetou o mosaico da fachada do Teatro Cultura Artística, a maior obra do artista, com 48 meros de largura por 8 metros de altura.
O pintor recebeu prêmios importantes, como a "Medalha de Ouro" na exposição de Paris (1937) e o título de "Melhor Pintor Brasileiro" na II Bienal de São Paulo (1953), junto com Volpi.[6]
Di Cavalcanti era um artista de muitas habilidades. Além de quadros e ilustrações para revistas, fez desenhos para jóias, tapetes e painéis. Morreu na sua cidade natal em 1976.
[editar] Centenário
Em 1997, ano do centenário de seu nascimento, diversas exposições comemorativas e retrospectivas de sua obra foram organizadas, entre as quais:
- As mulheres de Di, pelo Centro Cultural Banco do Brasil (RJ);
- Di, meu Brasil brasileiro, pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM); e
- Di Cavalcanti, 100 anos, pelo Museu de Arte Brasileira de São Paulo (FAAP).[7]
[editar] Cronologia
- 1908 - Recebe aulas do pintor Gaspar Puga Garcia.
- 1914 – Publica seu primeiro trabalho como caricaturista na Revista Fon-Fon.
- 1916 – Participa do I Salão dos Humoristas. - Muda-se para São Paulo.
- 1917 – Primeira exposição individual na redação de A Cigarra, em São Paulo.
- 1919 – Ilustra o livro Carnaval, de Manuel Bandeira.
- 1921 – Ilustra Balada do Cárcere de Reading, de Oscar Wilde.
- 1922 – Participa da Semana de Arte Moderna, fazendo a capa do catálogo e expondo 11 obras.
- 1923 – Vai para Europa, fixa residência em Paris como correspondente do jornal Correio da Manhã.
- 1925 – Volta ao Brasil, morando no Rio de Janeiro.
- 1929 – Pinta dois murais para o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.
- 1935 – Muda-se novamente para a Europa.
- 1937 – Medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.
- 1940 – Volta para o Brasil, fixando-se em São Paulo.
- 1941 – Ilustra o livro Uma noite na taverna / Macário, de Álvares de Azevedo.
- 1947 – Expõe na Galeria Domus, no Rio de Janeiro.
- 1953 – Ganha, com Alfredo Volpi, o prêmio de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo.
- 1954 – Retrospectiva da sua obra no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
- 1955 – Publica Viagem de minha vida, livro de memórias.
- 1956 – Recebe primeiro prêmio na Mostra de Arte Sacra, na Itália.
- 1960 – Recebe medalha de ouro por sua participação com sala especial na II Bienal Interamericana, no México.
- 1963 – Homenageado com sala especial na VII Bienal de São Paulo.
- 1964 – Exposição comemorativa dos seus 40 anos de artista, na Galeria Relevo, RJ. - Publica o livro Reminiscências líricas de um perfeito carioca.
- 1971 – Retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
- 1976 – Morre em sua cidade natal.
Referências
- ↑ http://www.latinartmuseum.com/cavalcanti.htm
- ↑ http://www.latinartmuseum.com/cavalcanti.htm
- ↑ http://www.galeriaerrolflynn.com.br/biografiadicavalcanti.htm
- ↑ http://www.latinartmuseum.com/cavalcanti.htm
- ↑ http://www.galeriaerrolflynn.com.br/biografiadicavalcanti.htm
- ↑ http://www2.petrobras.com.br/patrocinios/memoria_cultural/artes_visuais/proj_di_cavalcanti.asp
- ↑ http://www2.petrobras.com.br/patrocinios/memoria_cultural/artes_visuais/proj_di_cavalcanti.asp
[editar] Bibliografia
- Almanaque Recreio, 2005, Editora Abril
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas