Carl Peter Thunberg
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Carl Peter Thunberg (Jönköping, 11 de novembro de 1743 — Thunaberg, Uppsala, 8 de agosto de 1828) foi um explorador, naturalista e botânico sueco. É conhecido como o pai da botânica sul-africana e o Lineu japonês.
[editar] Biografia
Thunberg segue os cursos de Lineu na Universidade de Uppsala. Obtém os títulos de doutor em medicina e em história natural em 1767. Em 1770, deixa a Suécia para ir para Paris, onde continua seus estudos nestas duas disciplinas.
Em 1771, durante uma viagem aos Países Baixos, estuda os jardins botânicos e os museus de Amsterdão e de Leiden. Propõe-se ir visitar as colónias holandesas e o Japão com o fim de recolher especímenes para os jardins botânicos holandeses. Parte em dezembro de 1771 como médico, a bordo de uma embarcação da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais. Chega ao Cabo, onde permanece três anos na colónia holandesa, para aprender a língua. Seu objectivo é poder fazer-se passar por holandês no Japão, país aberto somente aos negociantes protestantes holandeses. Durante sua estadia, realiza várias expedições ao interior da região, encontrando por vezes grandes perigos, com o fim de recolher especímenes de plantas e animais.
Em março de 1775, Thunberg viaja até à ilha de Java e permanece em Batavia durante dois meses. Em agosto de 1775 chega à feitoria da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais situada na minúscula ilha artificial de Dejima (120 m por 75 m) na baía de Nagasaki, conectada a terra por uma terraplanagem. Trabalha aí como cirurgião (1775-1776). Como os holandeses desta feitoria, quase não tinha a possibilidade de ir a terra. Pôde, no entanto, conduzir algumas investigações botânicas. Com o fim de obter mais especímenes, negocia ante seus intérpretes o intercâmbio de conhecimentos da medicina ocidental em troca de novos especímenes vegetais. Em meados de 1776, pôde acompanhar o director da colónia holandesa em uma visita ao shogun em Edo (o antigo nome de Tóquio). Durante esta longa viagem, pôde colectar numerosas plantas.
Thunberg deixa o Japão em novembro de 1776. Depois de uma curta paragem em Java, chega a Colombo, Ceilão (actualmente Sri Lanka), em julho de 1776. Realiza várias viagens à ilha, em particular, para visitar a colónia holandesa de Agalla.
Em fevereiro de 1778, Thunberg deixa Ceilão para ir para Amsterdão. Durante a viagem pára durante duas semanas no Cabo e chega a Amsterdão em outubro de 1778. Vai em primeiro lugar a Londres onde tem uma entrevista com Sir Joseph Banks. Aprecia a colecção japonesa do naturalista alemão Engelbert Kaempfer (1651-1716) que havia estado, antes dele, em Dejima. Encontra também Johann Reinhold Forster que lhe proporciona visitar as colecções recolhidas após a segunda viagem de James Cook.
De volta à Suécia em março de 1779, inteira-se da morte de Lineu, ocorrida um ano antes. Faz a sua substituição na Universidade de Uppsala, como professor de medicina e de história natural (1781).
O resultado de suas investigações aparecem com o título de Flora Japonica em 1784. Dá a numerosas novas espécies, o epíteto de japonica; a maioria procediam na realidade da China, importadas para o Japão para adornar os jardins do país.
Em 1788, publica o relato da sua viagem, com o título de Voyages de C.P. Thunberg au Japon par le Cap de Bonne-Espérance, les Isles de la Sonde. O relato da sua estadia em Dejima é bastante obscuro.
Completa a sua obra botânica com Prodomus plantarum em 1800, Iconos plantarum japonicarum em 1805 e Flora capensis em 1813. Publica numerosos artigos nas publicações científicas suecas e de outros países. É feito membro honorário de 26 sociedades científicas. Autor prolífico, atribuem-se-lhe 112 obras.
Foi dedicado em sua honra o género tropical Thunbergia (da familia das Acanthaceae). Também se lhe dedicaram mais de 250 espécies vegetais e animais.
[editar] Algumas publicações
- Botânica
- Flora Japonica (1784)
- Prodromus Plantarum Capensium (Uppsala, 1794).
- Flora Capensis (1807, 1811, 1813, 1818, 1820, 1823)
- Voyages de C.P. Thunberg au Japon par le Cap de Bonne-Espérance, les Isles de la Sonde, etc.
- Icones plantarum japonicarum (1805)
- Entomologia
- Donationis Thunbergianae 1785 continuatio I. Museum naturalium Academiae Upsaliensis, pars III, 33-42 pp. (1787).
- Dissertatio Entomologica Novas Insectorum species sistens, cujus partem quintam. Publico examini subjicit Johannes Olai Noraeus, Uplandus. Upsaliae, pp. 85-106, pl. 5. (1789).
- D. D. Dissertatio entomologica sistens Insecta Suecica. Exam. Jonas Kullberg. Upsaliae, pp. 99-104 (1794).
Thunb. é a abreviatura padrão de Carl Peter Thunberg. Consultar a lista de abreviaturas do nome de botânicos e micologistas |