Besouro Mangangá
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Manoel Henrique Pereira (1897-1924), Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista da região de Santo Amaro, Bahia. Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuidos. Diziam que não gostava da polícia (que diversas vezes frustou-se ao tentar prendê-lo), que tinha o "corpo fechado" e que balas e punhais não podiam feri-lo. Certa feita quando Besouro trabalhou numa usina, por não receber o ordenado, segurou o patrão pelo cavanhaque o obrigando a pagar o que lhe devia.
As circunstâncias da sua morte são contraditórias. Há versões de que foi num confronto com a polícia, outras de que foi na "trairagem", num ataque de faca pelas costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira. Um fazendeiro conhecido por Dr. Zeca, após seu filho Memeu apanhar de Besouro, armou uma cilada mandando-o entregar um bilhete a um amigo que administrava a fazendo Maracangalha. Tal bilhete pedia para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele bilhete era endereçado ao seu assassino e esclarecia que o portador era a vítima, assim no dia seguinte ao voltar para saber a resposta 40 soldados estavam esperando Besouro. Um homem conhecido por Eusébio de Quibaca acertou-lhe uma faca de tucum (ou ticum) - um tipo de madeira. Besouro teria sido, então, esfaqueado com a tal faca de tucum pelas costas.
Várias músicas de capoeira falam sobre Besouro.Como por exemplo a de Amâncio (Espirito Santo), faca de tucum:
- Faca de Tucum |
- matou Besouro Mangangá | Coro
- --
- Diz à história que mataram seu Besouro
- foi la na Bahia, Santo Amaro em Salvador
- morreu deitado dentro de rede de corda
- de nada valeu mandinga
- da tradição não se salvou
- ...
Ou ainda a seguinte:
- "- Seu Chefe de polícia
- O barulho está formado
- Tem um cara lá na praça
- Batendo no seus soldados.
- Capitão saiu correndo,
- Tenente está desmaiado!"
- "- Seu cabra, conte direito
- Não me faça confusão!
- Como pode um só homem
- Batendo num batalhão?"
- "- Mas esse cara é diferente,
- Não se pode confiar.
- Dizem até que não é gente
- E vem lá de Magangá."
- "- Pois então chame reforço
- Chame uma guarda inteira!
- Ele é filho do Demônio,
- É Besouro Capoeira!"
- Zum zum zum, Besouro Magangá
- Bateu foi na polícia
- De soldado à general!
- ...
- Cadê o Besouro
- Besouro Mangangá era homem de corpo fechado
- Bala não matava e navalha não lhe feria
- Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia
- Desapareceu enquanto o tenente dizia
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
- Besouro era um homem que admirava a valentia
- Não aceitava a covardia Maldade não admitia
- Com a traição quebrou-se a feitiçaria
- Mas a reza forte só Besouro quem sabia
- Cadê o Besouro Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
- Atrás de Besouro, o tenente mandou a cavalaria
- No estado da Bahia
- E Besouro não sabia
- Já de corpo aberto,
- Fez sua feitiçaria
- Cada golpe de Besouro Era um homem que caia
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro
- Cadê o Besouro
- Chamado Cordão de Ouro