Sahuré
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Sahuré foi o segundo faraó da V dinastia egípcia. O seu nome significa "aquele que está próximo de Ré". Reinou o Egipto entre 2487 e 2475 a.C. (datas aproximadas). Segundo o Cânone de Turim terá reinado doze anos.
A sua mãe foi Khentkaus I e o seu pai Chepseskaf ou Userkaf (para alguns investigadores Userkaf seria o seu irmão). O túmulo da sua mãe em Guiza (Gizé) afirma que esta foi "mãe de dois reis" (o seu irmão Neferirkaré foi rei do Egipto); ali a rainha surge retratada com a barba ritual delgada e rectangular e com a serpente real (uraeus), atributos dos reis egípcios, o que pode sugerir que Khentkaus foi regente durante a menoridade de Sahuré.
Sabe-se pouco sobre as esposas ou filhos deste rei. Foi sucedido pelo seu irmão Neferirkaré.
Segundo as fontes, o rei foi generoso na doações de terras a vários funcionários e templos, que adquirem progressivamente autonomia para administrar os seus bens. É a partir da V dinastia que se afirma no Egipto uma progressiva privatização do solo, que até então pertencia teoricamente ao rei.
Durante o seu reinado a actividade comercial com a região do Médio Oriente é intensa. A Pedra de Palermo refere expedições ao Sinai e ao Punt (terra situada provavelmente no Corno de África), de onde se trouxe a mirra, a malaquite e o electrum. A tradição atribui a este rei o estabelecimento da primeira frota marinha egípcia.
Algumas cenas mostram ao rei a lutar contra os Líbios, mas não se sabe se comprovam uma efectiva actividade militar contra aquele povo ou se seriam mera propaganda política.
[editar] Construções
Ignora-se se este rei construiu um templo solar de raíz (o Sekhet-Re, "Campos de Ré") ou se aproveitou a estrutura do rei Userkaf, dando-lhe outro nome. Esta última hipótese sustenta-se no facto do Sekhet-Re não ter sido ainda localizado; porém algumas fontes referem que o Sekhet-Re estava em funcionamento ao mesmo tempo que o templo de Userkaf.
Sahuré foi o primeiro rei a construir um complexo funerário em Abusir, local entre Guiza e Sakara, perto da actual cidade do Cairo, que funcionaria como necrópole dos reis da V dinastia.
A sua pirâmide (de nome Kha-ba-Sahuré) tinha cerca de cinquenta metros de altura, mas está hoje em ruínas, reduzida aos trinta e seis metros de altura. A razão principal para esta degradação está relacionada com a utilização de materiais de fraca qualidade. Aparentemente, em vez de se basearem nas técnicas empregues pela IV dinastia, os construtores retrocederam às técnicas da III dinastia. O templo funerário encontra-se em melhor estado, sendo possível observar baixos-relevos que retratam o rei a caçar e nas já referidas cenas de combate aos Líbios.
As inscrições atribuem igualmente um palácio ao rei (de nome Uetjesneferusahuré), mas este também não foi ainda encontrado.
[editar] Bibliografia
- EDWARDS, I.E.S (et All.) - The Cambridge Ancient History. Volume I, part 2: Early History of the Middle East. Cambridge: Cambridge University Press, 1971. ISBN 0521077915
- PARCERISA, Josep Padró - História del Egipto faraónico. Madrid: Alianza Editorial, 1999. ISBN 8420681903
Precedido por Userkaf |
Faraó V dinastia egípcia |
Sucedido por Neferirkaré |