Manuel Luís Osório
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Manuel Luís Osório, primeiro e único barão, visconde e marquês de Erval, (Conceição do Arroio, 10 de maio de 1808 — Rio de Janeiro, 4 de outubro de 1879) foi um militar e político brasileiro, herói da Guerra da Tríplice Aliança. É o patrono da Arma de Cavalaria do Exército brasileiro.
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[editar] Biografia
Era filho de Manuel Luís, peão humilde, nascido em Santa Catarina, e descendente de casais açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, natural de Santo Antônio da Patrulha, de família proprietária de terras. A gleba de seus pais situava-se próxima à Lagoa dos Barros, local onde hoje está o Parque Marechal Osório. Iniciou a carreira militar aos catorze anos de idade, durante a Guerra da Independência do Brasil (1822-1823), combatendo as tropas do exército português estacionadas na Província Cisplatina (atual Uruguai). Manuel Luís era filho do casal Pedro Luís e Maria Rosa da Silveira, ambos naturais da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, na ilha de Santa Catarina, e filhos de açorianos. Sua mulher, Ana Joaquina, era filha do tenente Tomás José Luís Osório e de Rosa Inácia Joaquina Pereira de Sousa.
Posteriormente, lutou na Guerra da Cisplatina, tomando parte como tenente da Batalha do Passo do Rosário. Lutou durante toda a Guerra dos Farrapos (1835-1845). Encerrado o conflito, manteve-se no exército imperial. Da mesma forma, lutou nas campanhas platinas, na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852).
Ao eclodir a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), já era tido como militar respeitado e experiente, recebendo por conta disso o comando do I Corpo do Exército Imperial.
Após a invasão do território paraguaio em abril de 1865, foi substituído em seu impedimento pelo general Polidoro Jordão. Esteve presente na Batalha de Tuiuti em 24 de maio de 1866, na qual teve importante papel ao comandar o centro do dispositivo militar do exército brasileiro contra o ataque paraguaio.
Com o agravamento de seu estado de saúde, afastou-se da campanha e o general Polidoro assumiu de vez o comando do I Corpo do Exército Imperial.
Retornou ao campo de batalha em 1867, já como comandante do III Corpo do Exército Imperial. Por essa época, o marechal-de-exército Luís Alves de Lima e Silva, então marquês de Caxias, encontrava-se como comandante das forças brasileiras no teatro de guerra. A relação entre ambos sempre foi boa e cordial já que eram amigos de longa data. Osório, inclusive, tomou parte no planejamento das operações contra a Fortaleza de Humaitá, que bloqueava o avanço das forças aliadas rumo a Assunção. No comando de suas tropas, Osório foi agraciado por Caxias com o importante papel de iniciar o avanço contra as trincheiras e pontos fortes que circundavam Humaitá e a protegiam contra ataques.
Com o retorno da guerra de movimentos após a queda de Humaitá, Osório ainda lutou nas batalhas de Itororó e Avaí em dezembro de 1868. Nesta última recebeu grave ferimento, tendo que abandonar mais uma vez o campo de luta. Não lhe foi possível estar presente na queda de Assunção em janeiro de 1869.
Retornou por breve período ao Paraguai no início de 1869. O novo comandante das forças brasileiras, Gastão de Orléans, conde d'Eu, não lhe nutria simpatias.
Ao longo de sua vida foi agraciado com os títulos de barão de Erval (1 de maio de 1866), visconde de Erval (11 de abril de 1868) e de marquês de Erval (29 de dezembro de 1869). Com a paz, foi nomeado senador pela província do Rio Grande do Sul e, posteriormente, ministro da Guerra. Em 1877, tornou-se marechal-de-exército. Faleceu em 1879.
Foi casado com Francisca Fagundes, de quem teve quatro filhos: Fernando Luís Osório (1848-1896), Adolfo Luís Osório (1847-?), Manuela Luísa Osório (1851-1930) e Francisco Luís Osório (1854-1910).
[editar] Cronologia
- 1808, maio: nascimento de Manuel Luís Osório em "Conceição do Arroio" (atual Osório).
- 1822: levado pelo pai, Osório participa das lutas pela independência do Brasil.
- 1823: Osório alista-se no exército brasileiro.
- 1824: cessam-se as lutas em Montevidéu, na então Província Cisplatina, atual Uruguai.
- 1825, 19 de abril: Juan Lavalleja cruza o rio Paraná, dando início à campanha de independência do Uruguai: campanha libertadora dos 33 Orientales.
- 1825, 10 de dezembro: o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) entram em guerra.
- 1827, 20 de fevereiro: Batalha do Passo do Rosário.
- 1827: Osório mantém com Juan Lavalleja os primeiros contatos para a paz.
- 1828: o Tratado do Rio de Janeiro reconhece a independência do Uruguai.
- 1829: o batalhão de Osório permanece estacionado em Rio Pardo.
- 1835: inicia-se a Revolução Farroupilha.
- 1835: Juan Manuel de Rosas assume o governo em Buenos Aires.
- 1835: em Bagé, no dia 15 de novembro, Osório casa-se com Francisca Fagundes de Oliveira, natural de Caçapava do Sul, e filha de Zeferino Antônio Fagundes de Oliveira e Vicência Constança de Sousa.
- 1838: Fructuoso Rivera no poder em Montevidéu; seu adversário, Manuel Oribe, refugia-se na Argentina.
- 1842: Luís Alves de Lima e Silva, nomeado presidente da província do Rio Grande do Sul, promove Osório a tenente-coronel.
- 1842: Oribe, apoiado por Rosas, invade o Uruguai; inicia-se o sítio de Montevidéu.
- 1845: um acordo põe fim à luta entre o exército brasileiro e os farroupilhas.
- 1845-1848: constantes conflitos na fronteira entre os uruguaios de Oribe e os rio-grandeses em represália aos ataques de Manuel Oribe; organizam-se as califórnias.
- 1850: a Argentina e o Brasil rompem relações diplomáticas.
- 1850: iniciam-se entendimentos entre o Brasil, o Paraguai, o Uruguai (colorados) e as províncias argentinas do rio Paraná.
- 1851: tropas de Urquiza e Caxias avançam para Montevidéu; Oribe rende-se.
- 1851: Batalha de Monte Caseros; derrotado, Rosas refugia-se num navio inglês.
- 1864: o Paraguai declara guerra ao Brasil.
- 1865: os paraguaios anexam o sul da província de Mato Grosso, tomam a província argentina de Corrientes e invadem a Província de São Pedro do Rio Grande.
- 1865: formada a Tríplice Aliança.
- 1865: Osório, no comando das tropas brasileiras, cruza o rio Paraná (batalha do Passo da Pátria).
- 1865, junho: Osório é promovido a marechal-de-campo.
- 1865, setembro: cercado em Uruguaiana, Antonio de la Cruz Estigarribia rende-se; os paraguaios evacuam a província argentina de Corrientes.
- 1866, maio: Batalha de Tuiuti; Osório feito barão de Erval, adoece e deixa o comando - em seu lugar fica o marechal Polidoro Jordão, logo substituído por Caxias.
- 1868: Osório volta à luta sob o comando de Caxias, participa da batalha de Humaitá (fevereiro), da batalha de Itororó (dezembro) e da batalha de Avaí, onde é ferido em regresso a Pelotas; recebe o título de cidadão argentino e é elevado a visconde de Erval.
- 1869: Caxias entra em Assunção.
- 1869: iniciou-se a Campanha da Cordilheira.
- 1869: chamado pelo conde d'Eu, Osório toma parte na batalha de Peribebuí.
- 1869: elevado a marquês de Erval.
- 1870: Batalha de Cerro Corá; fim da Guerra do Paraguai.
- 1877: Osório é escolhido senador do Império.
- 1878: Osório ocupa a pasta de Ministro da Guerra.
- 1879, 4 de outubro: falece no Rio de Janeiro, aos 71 anos de idade.
[editar] Homenagens
Na cidade do Rio de Janeiro, há uma escola federal denominada Fundação Osório em sua homenagem.
No Rio Grande do Sul, foi criado um parque em torno da casa onde nasceu, o Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osório [1], e um monumento equestre em sua homenagem foi erguido no centro de Porto Alegre.
O seu nome foi inscrito no Livro de Aço, no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília (DF)[2].
Notas
- ↑ Ver: Osório.org.
- ↑ Fonte: Lei nº 11.680, de 27 de maio de 2008 publicada no Diário Oficial da União em 28 de maio de 2008.
[editar] Bibliografia
- MAGALHÃES, J. B. (Cel.). Osório: símbolo de um povo, síntese de uma época. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora, 1946. 530p il.
- MAGALHÃES, J. B. (Cel.). Osório: síntese de seu perfil histórico. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército-Editora, 1978. 336p.
- SANTOS, Francisco Ruas. Osório: contribuição às comemorações do 1° centenário da batalha de Tuiuti. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército-Editora, 1967. 236p. mapas.
- Osório (edição especial comemorativa do sesquicentenário do nascimento do Marechal Manuel Luiz Osório). Revista Militar Brasileira, Rio de Janeiro, ano XLVI, nrs. 3 e 4, jul. a dez. 1958, vol. LXVIII.
[editar] Ligações externas
Precedido por Eduardo de Andrade Pinto |
Ministro da Guerra do Brasil 1878 — 1879 |
Sucedido por João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu |