Huguenote
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João Calvino | |
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A Institutio Christianæ Religionis de Calvino |
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Huguenote é a denominação dada aos protestantes franceses (quase sempre calvinistas), pelos seus inimigos, nos séculos XVI e XVII. O antagonismo entre católicos e protestantes resultou nas guerras religiosas, que dilaceraram a França do século XVI.
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[editar] Etimologia
A origem da palavra "huguenotes" não é clara. Há quem diga que deriva de Besançon Hugues, líder da revolta em Genebra. O biógrafo de João Calvino, Bernard Cottret, afirma que "huguenotes" vem de "confederados" (em francês "Eidguenot", derivado do Suíço-alemão Eidgenossen, ou confederados, expressão designando as cidades e cantões helvéticos partidários da Reforma). Na Genebra do século XVI havia uma rivalidade interna entre os "mamelucos", que eram conservadores e se orientavam favoravelmente à Savóia e os "confederados" ou Eidguenotes que eram mais progressivos e enveredaram pelo protestantismo. Ver João Calvino para mais pormenores.
[editar] História
O Protestantismo francês iniciou-se com o reformador católico Jacques Lefevre, que iniciou suas pregações em 1514, portanto antes de Lutero. Depois que a Reforma tornou-se pública na Alemanha, atingiu também as massas francesas. Logo, os protestantes franceses passaram a seguir as orientações de João Calvino.
O Rei Francisco I de França iniciou uma dura perseguição, gerando guerras de religião. O édito de Orléans de 1561 interrompeu a perseguição por alguns anos, e em 17 de Janeiro de 1562, o édito de Saint-Germain reconheceu os seus direitos pela primeira vez.
As guerras religiosas em França começaram com um massacre de 1000 Huguenotes em Vassy a 1 de Março de 1562. Em 1572, milhares de huguenotes foram mortos no massacre da noite de São Bartolomeu, e a amnistia foi concedida no ano seguinte. A quinta guerra santa contra os Huguenotes começou a 23 de Fevereiro de 1574 e a perseguição continuou periodicamente até 1598, quando o rei Henrique IV emitiu o édito de Nantes autorizando aos protestante a liberdade religiosa e direitos idênticos aos dos católicos.
[editar] Huguenotes no Brasil
No dia 7 de março de 1557 chegou à baía de Guanabara um grupo de Huguenotes, como parte do reforço pedido pelo católico Nicolas Durand de Villegagnon. Entre as causas apontadas para o fracasso deste estabelecimento francês, aprontam-se as disputas religiosas, sendo os franceses derrotados por uma armada portuguesa em 1560.
[editar] Perseguição e Dispersão
Luís XIV começou a perseguir os protestantes outra vez, levando muitos à fuga. Ele revogou o Édito de Nantes (supostamente irrevogável) em 1685, tornando o Protestantismo ilegal no Édito de Fontainebleau. Depois disto, muitos Huguenotes fugiram para os países protestantes vizinhos, especialmente para a Prússia, cujo rei Frederico Guilherme (Friedrich Wilhelm) era calvinista (foi educado na Holanda) e lhes deu boas-vindas, na esperança de reconstruir o seu país depauperado pela guerra, despovoado. Muitas das palavras de origem francesa no vocabulário alemão (por exemplo: Portemonaie - porta-moedas - ou Enquete - inquérito) foram introduzidas por estes novos elementos da sociedade da Prússia. Muitos destes novos compatriotas foram alojados em Berlim e nas proximidades.
Em 31 de Dezembro de 1687, um grupo de Huguenotes velejou desde França em direcção ao Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, onde implantaram a cultura da uva e a produção do vinho. A África do Sul é hoje um dos principais produtores de vinho no Novo Mundo.
Muitos fugiram para as 13 colónias inglesas na América do Norte. Entre eles contava-se um artífice chamado Apollos Rivoire, que mudou o seu nome para Paul Revere e cujo filho, também chamado Paul Revere, foi um famoso líder da revolução americana.
Shoreditch, uma zona de Londres, tornou-se a casa para muitos dos refugiados huguenotes em Inglaterra. Eles deram fomento à indústria da tecelagem na zona de Spitalfields.
A fábrica de cerveja de Truman surgiu em 1724, apesar de ser então conhecida como Black Eagle Brewery nessa altura.
Muitos Huguenotes fugiram da cidade francesa de Tours, o que acabou por significar a ruína das grandes fábricas de seda que eles tinham construído ali. Alguns deles trouxeram os seus talentos para benefício da Irlanda do Norte, onde foram responsáveis pela fundação da grande indústria do linho irlandesa.
[editar] Le Chambon-sur-Lignon
Durante a Segunda Guerra Mundial, a população de Le Chambon-sur-Lignon, no sul da França, na sua maioria constituída por huguenotes, forneceu abrigo e refúgio a entre 3.000 e 5.000 Judeus. O pastor Andre Trocme foi o líder da comunidade neste esforço. Trocme e trinta e quatro outros residentes da área foram reconhecidos pelo Museu Israelita Memorial do Holocausto Yad Vashem como "Íntegros entre as nações".