História militar de Portugal
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Apesar de ser um país relativamente pequeno, Portugal entrou em vários conflitos armados ao longo da sua História, dos quais se destacam:
Índice |
[editar] Desde o nascimento do Reino de Portugal
[editar] Era dos Descobrimentos
[editar] Os conflitos com Espanha
[editar] As Guerras Napoleónicas
Durante as Guerras Napoleónicas, Portugal foi, durante muito tempo, o único aliado de Inglaterra no continente. Em 1807, na sequência da resposta negativa à participação no Bloqueio Continental, as tropas francesas ao comando do general Junot invadiram Portugal, tomando Lisboa. No entanto, a população rebelar-se-ia no ano seguinte contra os franceses, o que permitiu ao exército britânico, sob comando de Arthur Wellesley, desembarcar em Portugal onde, ajudado pelas tropas portuguesas, derrotou Junot na batalha do Vimeiro; esta primeira invasão francesa culminaria na Convenção de Sintra, negociada pelos seus superiores, que permitiu que os franceses se retirassem tranquilos, mesmo depois da pilhagem. Entretanto, a rebelião geral contra os franceses em Espanha conduziria ao desembarque de Sir John Moore no Norte, forçando Napoleão a conduzir ele mesmo um exército contra a Península. Não obstante a morte de Morre, os britânicos lograram proteger a Península na batalha da Corunha. Portugal permaneceria, portanto, independente dos franceses, enquanto Napoleão delegava os assuntos ibéricos nas mãos do Marechal Soult.
[editar] Segunda e Terceira Invasões
Soult rapidamente se reorganizou a invadir Portugal pelo Norte. Wellesley seria novamente chamado e apoiado com os regimentos adicionais restantes, com o objectivo de recuperar o país, que lograria através da união de forças com guerrilheiros espanhóis. Ocorreu ainda uma terceira invasão, dirigida pelo marechal André Masséna e, novamente, a união dos esforços anglo-portugueses lograram parar o avanço francês através das defesas instaladas estrategicamente nas Linhas de Torres e, com êxito, derrubar as tropas de Mássena. A recuperação da Península dar-se-ia de forma progressiva. Wellesley tornou-se Duque de Wellington como reconhecimento dos seus serviços. O Exército Português foi entretanto passado para o comando do marechal Beresford, e tornar-se-ia o mais sofrido durante a sangrenta batalha de Albuera. As forças portuguesas integraram ainda o avanço de Wellington no sul da França, em 1813-14.
[editar] Durante a Guerra Civil
Após a Guerra Peninsular, os britânicos governaram Portugal em nome do rei, ausente no Brasil, com Beresford como regente de facto, até à revolução de 1820, altura em que foram reconduzidos e o rei devolvido como monarca constitucional. Durante os próximos 25 anos, a nova democracia portuguesa experimentou várias agitações militares, sobretudo nas Guerras Liberais, entre os irmãos D. Pedro, ex-imperador do Brasil, e o usurpador absolutista D. Miguel. Para afirmar a causa da Rainha legítima, a sua filha Maria da Glória, D. Pedro partiu da Ilha Terceira, nos Açores, com uma força expedicionária de 7500 homens, onde constavam nomes como Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Joaquim António de Aguiar, e um contingente de voluntários britânicos ao comando dos coronéis George Lloyd Hodges e Charles Shaw, que culminou no desembarque do Mindelo, a norte do Porto. A cidade foi assim tomada pelas forças liberais, que seriam sitiados pelos miguelistas durante quase um ano, até ao mês de Julho de 1833, em que o Duque da Terceira se deslocou ao Algarve para derrotar as forças de D. Miguel na Batalha de Almada. Os miguelistas retiraram de Lisboa, embora para atacar de novo a cidade, sem êxito. D. Miguel foi finalmente derrotado na Batalha da Asseiceira, a 16 de Maio de 1834, capitulando alguns dias mais tarde em Évora. Não obstante o desterro de D. Miguel, os seus partidários continuariam a conspirar para o seu regresso até algures na década de 1850.
[editar] Primeira Guerra Mundial
Portugal enviou um Corpo Expedicionário de duas divisões reforçadas (40.000 homens) a França, que lutou ao lado do Corpo XI britânico. As ofensivas alemãs no sector britânico golpearam pesadamente os Portugueses, tendo como resultado a destruição de uma divisão na Batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918. No Tratado de Versalhes, os Portugueses adquiriram o território de Quionga, do que teria sido anteriormente a África Oriental Alemã.
[editar] Segunda Guerra Mundial
Não obstante o facto de Portugal se declarar neutro em relação ao conflito, o Exército Imperial Japonês invadiu a colónia de Timor, na distante Oceania, matando milhares de naturais e dezenas de Portugueses. Como resposta, os civis portugueses uniram-se aos Países Baixos e Austrália contra os Japoneses.
[editar] Guerra Colonial Portuguesa
Se Portugal conseguiu evitar o conflito da Segunda Grande Guerra, o mesmo não se pode dizer relativamente às rebeliões dos movimentos independentistas que surtiam nas províncias ultramarinas. Assim, viu-se implicado em campanhas de restabelecimento da Ordem contra movimentos guerrilheiros dispersados em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Exceptuando a Guiné, onde o PAIGC revolucionário rapidamente conquistou a maior parte do país, Portugal logrou suster as forças anti-governo através do uso imaginativo de infantaria ligeira, milícias de defesa e caça, e forças de operações especiais aerotransportadas, apesar dos embargos de armamento impostos por outros países. Durante as campanhas em Angola e Moçambique, Portugal tirou partido considerável das informações proporcionadas pelos residentes naturais que não apoiavam as forças revolucionárias. As lutas permaneceram por 13 anos até que um golpe militar de esquerda, por parte de alguns oficiais portugueses, em 1974, sangrou o governo de Caetano e forçou a mudança radical de atitudes em relação ao Ultramar. Confrontado com a condenação internacional das suas políticas coloniais e face às despesas do Estado com a Guerra, Portugal rapidamente se reorganizou para conceder a independência das suas colónias africanas.
[editar] O Pós-25 de Abril
Portugal foi um membro fundador da OTAN e, embora de escassas forças armadas, desempenhou um papel fundamental nos confrontos europeus. Depois de 1991, Portugal comissionou vários batalhões de infantaria e batalhões de forças aerotransportadas em operações internacionais. O Exército Português mantém ainda soldados na Bósnia, Kosovo, Macedónia e Timor-Leste (cerca de 6000 homens) e mantém aproximadamente 128 guardas de polícia militar no Iraque (Nasíria) sob comando do Exército Italiano. Portugal também enviou soldados ao Afeganistão, controlando o aeroporto de Kabul durante 2005. Portugal esteve também na Croácia, Geórgia e Sahara Ocidental como observador internacional.Mantém uma força de paz no Líbano.
[editar] Ver também
- Lista de batalhas de Portugal
- Lista de castelos de Portugal
- Lista de fortalezas de Portugal
- Lista de navios de guerra portugueses
- Forças Armadas Portuguesas: Exército, Força Aérea e Marinha.
- Lista de equipamento militar utilizado na Guerra do Ultramar
- Lista de operações militares da Guerra do Ultramar
- Lista de unidades militares envolvidas na Guerra do Ultramar