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Estômato - Wikipédia, a enciclopédia livre

Estômato

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Estômato aberto numa folha de tomate.
Estômato aberto numa folha de tomate.
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Estômatos (em Portugal, Estoma) são estruturas celulares que têm a função de realizar trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente. Está localizado geralmente na epiderme inferior (parte abaxial), evitando o excesso de transpiração devido a intensidade de luz que atinge a epiderme superior.

São estruturas constituídas por um conjunto de células localizadas na epiderme dos Traqueófitos, especialmente sobre a face axial das folhas, com a função de estabelecer comunicação do meio interno com a atmosfera, constituindo-se em um canal para a troca de gases e a transpiração do vegetal.

Grande parte da transpiração é efectuada ao nível dos estomas foliares, que controlam a quantidade de água perdida por transpiração, devido à sua capacidade de abrir e fechar.

Índice

[editar] Constituição dos Estomas ou Estômatos

  • Células guarda ou labiais são um par células reniformes, possuem cloroplastos (3% dos valores das células do mesófilo – vários estudos indicam que NÃO realizam fotossíntese. As suas extremidades estão juntas e a parede celular do lado ostiolar é mais espessa (banda celulósica mais grossa), para diminuir a sua elasticidade. Assim, quando o estoma abre, permanece um orifício entre as células guarda.

As células guarda possuem ainda micelação radial que consiste num envolvimento espiralado das células guarda por microfibrilas de celulose, nas paredes ventrais do estoma para as paredes dorsais. Esta micelação radial permite que as células guarda dilatem segundo o cumprimento, mas não segundo o seu diâmetro. Se assim não fosse, o ostíolo fecharia.

  • Ostíolo é o nome da abertura delimitada pelas células guarda. Faz a comunicação entre o interior do estoma e o ambiente externo.
  • Células subsidiárias ou companheiras – delimitam as fronteiras do estoma.
  • Câmara Estomática ou Subestomática – espaço interno do estoma, delimitado pelas células subsidiárias e labiais.

[editar] Abertura e Fecho dos Estomas

  • Quando as células guarda estão túrgidas – o estoma abre – ocorre transpiração
  • Quando as células guarda plasmolisam – o estoma fecha – não ocorre transpiração

A turgescência ou a plasmólise das células de guarda estão directamente relacionadas com a entrada e saída de iões de potássio:

  • Quando o potássio entra nas células de guarda, por transporte activo, aumenta a pressão osmótica nestas células, levando à entrada de água por osmose. As células de guarda ficam túrgidas, abrindo, então, o estoma.
  • Quando o potássio sai da célula, por difusão simples, diminui a pressão osmótica nestas células, levando à saída de água por osmose. As células de guarda ficam plasmolisadas, fechando o estoma.

[editar] Factores que condicionam a abertura ou fecho dos estomas:

Os estomas abrem (há transpiração) quando no interior das células guarda a concentração de solutos aumenta, entrando água por osmose.

[editar] Luz

A presença de luz favorece a abertura dos estomas através de mecanismos que ainda não estão totalmente compreendidos.

  • Um dos motivos parece ser que a presença de luz faz diminuir a concentração de CO2 no mesófilo (devido à fotossíntese).

A diminuição de CO2 aumenta o pH do meio que fica alcalino. Em ambiente alcalino enzimas envolvidas na degradação de amido são activadas, e assim aumenta a concentração de glicose no mesófilo. Este aumento de solutos solúveis faz diminuir o potencial de água, e a água entra por osmose nas células labiais, que ficam túrgidas.

  • A Luz Azul favorece o Transporte activo de iões K+ para as células guarda (independentemente da concentração de CO2)pelo que, o aumento da concentração de solutos, resulta na entrada de água por osmose, ficando as células labiais túrgidas.

[editar] Estresse hídrico

O estresse hídrico (défict de água em órgãos vegetais) pode ser provocado por elevadas temperaturas, baixo conteúdo de água no solo, umidade atmosférica relativamente baixa e vento muito forte.

O estresse hídrico favorece o fechamento dos estomatos.

  • O potencial de água excessivamente negativo estimula a produção de ABA (ácido abscísico - hormona de crescimento) que faz os iões K+ saírem das células guarda. A água sai para as células companheiras (que ficaram hipertónicas) por osmose logo o estoma fecha.

[editar] Algumas excepções

Em plantas de metabolismo CAM, os estômatos são abertos apenas durante a noite. Desta forma, sem a influência das altas temperaturas diurnas, as plantas pouco transpiram e ainda podem executar trocas gasosas.

Além de estratégias fisiológicas para a conservação dos recursos hídricos das plantas, podem ainda ocorrer modificações morfo-anatômicas nos estômatos nesse sentido. Em algumas espécies, o número de estômatos na superfície foliar é simplesmente reduzido, sendo que as trocas gasosas são auxiliadas por lenticelas ao longo do caule. Por outro lado, as plantas aquáticas, cujo problema reside em eliminar água do organismo, os estômatos são abundantes em toda superfície emersa da planta e permanecem abertos a maior parte do dia. Em certas espécies terrestres, as folhas podem apresentar câmaras estomáticas, cavidades em sua superfície com ocasional presença de pêlos, em cujo fundo encontra-se o estômato; a água eliminada pela transpiração mantém-se na cavidade, criando um microclima úmido em volta do estômato, forçando-o a reagir como se o meio externo estivesse saturado de vapor d'água, mesmo em locais muito secos.

[editar] Referência

  • Salisbury,Frank; Ross, Cleon. Plant Physiology. Fourth Edition.ed. Belmont: Wasworth, Inc., 1992. pp. 71-87 p. ISBN 0-534-15162-0
  • Meyer, B. et al. Introdução à Fisiologia Vegetal. 2ªedição.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1973. pp.87-104 p.

[editar] Ligações externas

[editar] Ver também


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