Demóstenes
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Demóstenes (em grego, Δημοσθένης) (384 a.C. - 322 a.C.), orador e político grego, de Atenas.
[editar] Biografia
Aos sete anos de idade, Demóstenes perdeu o pai e teve sua herança roubada por seus tutores. Posteriormente, abriu processo para recuperar os bens roubados. Ganhou o processo mas não recuperou todos os bens que lhe pertenciam. Com vinte e sete anos iniciou sua carreira de orador e logo conseguiu destaque.
Garoto ainda, Demóstenes assistiu a um julgamento no qual um orador chamado Calístrato teve um desempenho brilhante e, com sua verve, mudou um veredicto que parecia selado. Demóstenes invejou a glória de Calístrato ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra, que parecia capaz de levar tudo de vencida. Assim, alimentou a esperança de se tornar um grande orador - sonho de parecia impossível devido à sua gagueira.
Após treinamento que demandou enorme esforço, Demóstenes venceu a gagueira e se tornou o maior orador da Grécia.
Sua vida como orador e político foi dedicada à defesa de Atenas que se via ameaçada por Filipe II da Macedônia. Contra o líder macedônio, Demóstenes escreveu inúmeros discursos que ficaram conhecidos como Filípicas. O objetivo era conclamar os cidadãos atenienses e arregimentar forças contra a Macedônia antes que fosse tarde demais.
Em 338 a.C., Demóstenes participou da Batalha de Queronéia — na qual Atenas foi derrotada pela Macedônia e marcou o início do domínio de Filipe e depois de Alexandre, o Grande, sobre a Grécia.
Após 335 a.C., Demóstenes vê decair tanto sua reputação quanto influência. Chegou mesmo a ser condenado por ter se deixado comprar por um ministro de Alexandre e facilitar sua fuga de Atenas. Foi preso mas conseguiu fugir, exilando-se de Atenas por longo período.
Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., Demóstenes é chamado de volta e retoma suas atividades. Alia-se, então, à revolta contra Antípater. Tendo falhado tal revolta, Antípater exige a entrega dos chefes revoltosos. Demóstenes foge para o templo de Poseidon na ilha grega de Calauria. Quando percebe que está cercado pelos soldados de Antípater, suicida-se com veneno.
[editar] Obras
Além de algumas cartas, cerca de 60 discursos atribuídos a Demóstenes nos chegaram. Dentre esses, os mais conhecidos são:
- Filípicas (três ao todo), de 351, 344, 341 a.C.
- A favor dos ródios, de 351 a.C.
- A favor de Fórmion, de 350 a.C.
- Olínticas, de 349 a.C.
- Contra Mídias, de 347
- Sobre a Embaixada, de 343 a.C.
- Sobre as questões da Quersoneso, de 341 a.C.
- Oração da coroa, de 330 a.C.
[editar] Traduções
Em português há traduções do grego de alguns discursos de Demóstenes. Ísis Borges da Fonseca traduziu as Filípicas e a Oração sobre as questões da Quersoneso (ed. Martins Fontes, 2001); Jaime Bruna, a Oração da coroa (in: Eloqüência grega e latina, ed. Ediouro)