CBERS
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CBERS é a sigla para China-Brazil Earth-Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres.
Estes satélites fazem parte do INPE, Intituto Nacional de Pesquisas Espaciais, subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O INPE é o responsável no Brasil pelo programa em parceria com a China, em vigor desde 1988 e que prevê o desenvolvimento quatro satélites até 2010.
Estes satélites se destinam a monitoração do clima, projetos de sistematização e uso da terra, gerenciamento de recursos hídricos, arrecadação fiscal, imagens para licenciamento e monitoramento ambiental, entre outras aplicações. Suas imagens são utilizadas por empresas privadas e instituições como Ibama, Incra, Petrobras, Aneel, Embrapa e secretarias de Fazenda e Meio Ambiente.
Desde 2001 foi estabelecida uma política de distribuição gratuita das imagens CBERS para todos os usuários brasileiros. Essa significância é atestada pelos mais de 15.000 usuários de mais de 1.500 instituições cadastrados como usuários ativos do CBERS, e também nas mais de 300.000 imagens do CBERS distribuídas à razão aproximada de 250 por dia entre órgãos públicos, universidades, instituições, centros de pesquisa e ONGs.
Índice |
[editar] CBERS-1
CBERS-1 foi o primeiro satélite desenvolvido pelo acordo de cooperação entre a China e o Brasil.
O CBERS-1 foi lançado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B, do Centro de Lançamento de Taiyuan, em 14 de outubro de 1999. O lançamento ocorreu à 1h15 de Brasília.
O satélite é composto por dois módulos principais:
O primeiro módulo contém os seus instrumentos de pesquisa e tem instalado 3 câmeras e o repetidor.
- Câmera Imageadora de Alta Resolução denominada de CCD.
- Imageador por Varredura de Média Resolução denominado de IRMSS.
- Câmera Imageadora de Amplo Campo de Visada denominado de WFI
- Repetidor para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais.
O segundo módulo contém os equipamentos que asseguram o suprimento de energia, os controles, as telecomunicações e demais funções necessárias à operação do satélite.
Apresenta uma órbita hélio-síncrona com uma altitude de 778 km, faz cerca de 14 revoluções por dia e consegue obter a cobertura completa da Terra em 26 dias.
[editar] CBERS-2
O CBERS-2 é tecnicamente idêntico ao CBERS-1. Sua órbita também é hélio-síncrona, o que proporciona ao CBERS fazer uma cobertura de todo o planeta.
- Câmera Imageadora de Alta Resolução (CCD), com resolução espacial de 20 metros, cinco bandas espectrais, e campo de visada de 113 km. Destina-se à observação de fenômenos ou objetos em escala municipal ou regional englobando aplicações em Vegetação, Agricultura, Meio ambiente, Água, Cartografia, Geologia e solos, e Educação. Imagens de uma mesma região são obtidas a cada 26 dias.
- Imageador por Varredura de Média Resolução (IRMSS), tem três bandas espectrais, com 80 metros de resolução espacial, mais uma banda na região do infravermelho termal com 160 metros. A câmera IRMSS além das aplicações da Câmera CCD, presta-se à análise de fenômenos que apresentem alterações de temperatura da superfície, à geração de mosaicos estaduais e à geração de cartas-imagens.
- Imageador de Amplo Campo de Visada (WFI) que pode imagear grandes extensões territoriais, de mais de 900 km.
O segundo satélite CBERS-2 foi lançado no dia 21 de outubro de 2003, do Centro de Lançamento de Taiyuan, na China. O horário do lançamento foi à 1:16h de Brasília.
O CBERS-2 foi integrado e testado no Laboratório de Integração e Testes do INPE, após acordo para a montagem dos equipamentos chineses no Brasil.
Após dois anos, o satélite continua em operação, oferecendo imagens de alta qualidade que atendem às mais diversas aplicações, da agricultura ao monitoramento ambiental.
Características Gerais do CBERS-2 | |
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Massa total | 1.450 kg |
Potência gerada | 1.100W |
Tipo de bateria | 2 X 30 Ah NiCd |
Dimensões do corpo principal | 1,8 X 2,0 X 2,2 m |
Dimensões do painel solar | 6,3 X 2,6 m |
Força de propulsão a hidrazina] | 16 X 1 N; 2 X 20 N |
Tempo de vida | 2 anos (confiabilidade de 0.6) |
Sistema de estabilização | 3 eixos |
Faixas de telemetria e telecomando | Bandas UHF e S |
Características Orbitais do CBERS-2 | |
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Tipo de órbita | Hélio-síncrona |
Altitude | 778 km |
Inclinação | 98,5 graus |
Cruzamento com o Equador | 10:30 h (nó descendente) |
Ciclo orbital | 26 dias |
Órbitas por dia | 14,35 |
Duração de cada órbita | 100,26 min. |
[editar] Aplicações
A família de satélites de sensoriamento remoto CBERS trouxe significativos avanços científicos ao Brasil.
Suas imagens são usadas desde o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, até o monitoramento de recursos hídricos, áreas agricolas, crescimento urbano e ocupação do solo. Além de ser fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como o SIVAM e a ocupação de espaço definitivo em diversos programas ambientais.
[editar] Coleta de Dados
Os satélites CBERS carregam à bordo repetidores para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Este sistema conta com mais de 600 plataformas de coleta de dados instaladas no território nacional em diversas aplicações como o monitoramento das bacias hidrográficas, a previsão de tempo e estudos climáticos, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola entre outras.
[editar] Ligações externas
- INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
- CBERS - Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres
- Reportagem sobre o CBERS publicada na revista Pesquisa FAPESP
- Catálogo de imagens CBERS - Catálogo oficial de imagens CBERS. As imagens CBERS são disponibilizadas gratuitamente para o Brasil.
- Busca de imagens CBERS (não oficial) - Método alternativo de busca de imagens CBERS usando o Google Maps.