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Benedict Anderson - Wikipédia, a enciclopédia livre

Benedict Anderson

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Benedict Anderson (26 de Agosto de 1936 em Kunming, China) é professor emérito na Universidade de Cornell e irmão do historiador marxista Perry Anderson.

Índice

[editar] Biografia

Descendente de irlandeses e de ingleses, mudou-se ainda criança para a Califórnia, já adulto foi para a Inglaterra e formou-se na Universidade de Cambridge. Registrou-se no programa de estudos sobre a Indonésia da Universidade de Cornell, foi para Jacarta e para Tailândia. Atualmente é professor de estudos internacionais em Cornell e sua principal obra é Comunidades Imaginadas: Reflexões sobre a origem e a propagação do nacionalismo, publicada pela primeira vez em inglês no ano de 1983 e já traduzido para 21 idiomas.

[editar] Comunidades Imaginadas

No desenvolver de suas teorias, a noção que Anderson observa da "nacionalidade" vem, nos anos recentes, transformando-se uma força principal em muitos aspectos do pensamento moderno. Tanto o desenvolvimento das Nações Unidas quanto os conflitos existentes e gerados pelas "sub-nações" são evidências de que o nacionalismo é, certamente, reconhecido como uma moral hegemônica no mundo político moderno. Contudo, apesar da influência que o nacionalismo teve na sociedade moderna, Anderson acredita que suas origens conceituais são inadequadamente explicadas. Sua finalidade em escrever Comunidades Imaginadas é, então, fornecer um fundo histórico para o emergente do ó do nacionalismo seu desenvolvimento, evolução, e recepção.

[editar] Nacionalismo

Anderson define a nação como “uma comunidade política imaginada que é imaginada ao mesmo tempo tanto como soberana quanto limitada”. Para ele, a nação seria:

  • Imaginada porque seus membros… nunca conhecerão todos os demais… na mente de cada reside uma imagem da comunidade. Ou seja, ainda que os limites de uma nação não existas empiricamente, seus indivíduos são capazes de criar, imaginar tais fronteiras.
  • Limitada porque “por mais que essas fronteiras sejam abrangentes, elas são limitadas pelas outras nações, uma vez que o simples fato de imaginar uma fronteira pressupõe a existência de, no caso, outras nações. Tais indivíduos nao se imaginam sob uma única e massiva nacionalidade.
  • Soberana porque "o conceito concebido durante o Iluminismo, no qual o poder divino dos governantes estava sendo questionado, - as nações sonhavam em ser livres”. A soberania nacional, deste modo, é um símbolo da liberdade frente à estrutura religiosa.
  • Comunidade porque uma nação é “sempre concebida como uma profunda, horizontal relação de sociedade. Apesar das divergências internas, a aliança imaginária existente numa nação chega a conduzir homens a mortes heróicas e grandes sacrifícios

[editar] Raízes Culturais

Anderson assume as seguintes bases históricas para a concepção da nação imaginada:

  1. A negação da existência de um texto sagrado que seja assumido como “a verdade”. Mudanças na religião propiciaram a crença de que o nacionalismo era uma solução secular para a questão da continuidade que era respondida, anteriormente, pela . O declínio da dominação da religião levou ainda ao declínio das linguagens sagradas. O crescimento das linguagens seculares no século XVI diminuiu a importância do latim como a única linguagem sagrada possível para s escrituras. Como conseqüência, as comunidades mais antigas perderam a confiança na sacralização de um determinado idioma.
  2. Fim da crença de que as sociedades eram naturalmente organizadas ao redor de um monarca central que era legitimado por um poder divino.
  3. O desenvolvimento de uma idéia de que os fatos, ainda que ocorridos em locais diferentes, podem ligar as pessoas que neles estão envolvidas, criando assim uma consciência de compartilhamento temporal na medida em que tudo co-existe.

[editar] Origens da Consciência Nacional

Assim como os acontecimentos históricos permitiram a consciência do nacionalismo, a imprensa-capitalista facilitou tal processo, ampliando o mercado de livros e criando uma infinidade de campos de comunicação. Fato que permitiu a consciência da existência de outros povos, linguagens etc.

[editar] Estados Crioulos e Nacionalismo

Anderson define “Estados-crioulos” (as colônias do “Novo Mundo”) como comunidades que foram formadas e guiadas por pessoas que compartilhavam o idioma local mas que ao mesmo tempo tinha ascendência aqueles contra os quais lutavam pela independência. (47). Ele afirma ainda que esses “Estado-crioulos” foram um dos primeiros a desenvolver uma noção de nacionalidade, antes de que isso florescesse na (50). Citando exemplos nas Américas do Norte e do Sul, Anderson dá várias possíveis explicações: o comando severo da Espanha gerou muitos conflitos na chamada América Espanhola. Outra razão seria a popularidades dos jornais, que reportavam tanto notícias no “Novo Mundo” quanto do “Velho”. Assim, a contraposição entre “nós” e “eles” teria fomentado a referida consciência nacional.

[editar] Bibliografia

  • (1972) Java in a Time of Revolution: Occupation and Resistance, 1944-1946. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. ISBN 0-8014-0687-0.
  • [1983] (1991) Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism, rev. ed., London: Verso. ISBN 0-86091-329-5.
  • (1985) In the Mirror: Literature and Politics in Siam in the American Era. Bangkok: Editions Duang Kamol.
  • (1990) Language and Power: Exploring Political Cultures in Indonesia. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. ISBN 0-8014-2354-6.
  • (1998) The Spectre of Comparisons: Nationalism, Southeast Asia, and the World. London: Verso. ISBN 1-85984-813-3.
  • (2005) Under Three Flags: Anarchism and the Anti-colonial Imagination. London: Verso. ISBN 1-84467-037-6.

[editar] Ligações externas


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