Amélia de Leuchtenberg
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Amélia de Leuchtenberg | ||
---|---|---|
Imperatriz consorte do Brasil Princesa de Leuchtenberg A imperatriz em litografia de Jean-Baptiste Aubry-Lecomte. |
||
Nome Completo: | Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais | |
Nascimento: | 31 de Julho de 1812 Milão |
|
Falecimento: | 26 de Janeiro de 1876 Lisboa |
|
Consorte de: | D. Pedro I | |
Filhos: | Maria Amélia de Bragança | |
Pai: | Eugênio de Beauharnais | |
Mãe: | Augusta da Baviera | |
Dinastia: | Beauharnais |
Dona Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais (Milão, 31 de julho de 1812 — Lisboa, 26 de janeiro de 1876), princesa de Leuchtenberg, foi a segunda consorte de D. Pedro I (Pedro IV de Portugal durante sete dias).
Índice |
[editar] Família, infância e juventude
D. Amélia foi a quarta filha do general Eugênio de Beauharnais, 1° duque de Leuchtenberg e sua esposa, a princesa Augusta da Baviera. Seu pai era filho de Josefina de Beauharnais e seu primeiro marido, o visconde Alexandre de Beauharnais, bem como filho adotivo de Napoleão Bonaparte, que o fez vice-rei da Itália. Sua mãe era filha do rei Maximiliano I José da Baviera e de sua primeira consorte, a princesa Augusta Guilhermina de Hesse-Darmstadt.
Entre os irmãos de Amélia estavam Josefina de Leuchtenberg, rainha consorte de Óscar I da Suécia, e Augusto de Beauharnais, príncipe consorte de D. Maria II de Portugal (enteada de Amélia). Napoleão III foi seu primo-irmão.
Amélia de Leuchtenberg passou a sua infância e parte de sua juventude em Munique. Ela foi oficialmente apresentada à corte da Baviera no Natal de 1828, aos dezesseis anos.
[editar] Casamento
Após a morte de sua primeira esposa, a arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina, em dezembro de 1826, D. Pedro I do Brasil mandou buscar na Europa uma segunda esposa.
O marquês de Barbacena desempenhou um importante papel nessa missão. Ele passou meses procurando uma princesa na Europa.
A convenção matrimonial de 30 de maio de 1829 foi ratificada em 30 de junho, em Munique, pela mãe e tutora da noiva, a duquesa de Leuchtenberg. Em 30 de julho daquele ano, foi confirmado, no Brasil, o tratado do casamento de Sua Majestade e Amélia de Leuchtenberg.
A cerimônia do casamento foi realizada em Munique, a 2 de agosto daquele ano, na capela do palácio de Leuchtenberg, e o noivo foi representado pelo próprio marquês de Barbacena. Amélia tinha apenas dezessete anos e seu novo marido, trinta anos.
O marquês de Barbacena teve grande dificuldade em achar uma noiva, pois a fama do imperador não era boa na Europa, em parte por causa de Domitília de Castro e Canto Melo, sua polêmica amante.
[editar] Vinda ao Brasil
Amélia de Leuchtenberg chegou ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1829, na fragata Imperatriz, vinda de Ostende, na Bélgica. Acompanhavam-na a bordo o marquês de Barbacena e a pequena dona Maria da Glória. A futura Maria II de Portugal, a quem o pai renunciara seus direitos ao trono português em 1828, ainda estava sem o trono por causa da usurpação e aclamação de seu tio Miguel I, patrocinada pela Áustria. Quando o marquês soube da usurpação em Gibraltar, ele, ao invés de entregar Maria da Glória ao avô materno, imperador da Áustria, seguiu com ela para Londres e, de lá, trouxe Amélia de Leuchtenberg.
O casal recebeu as bençãos nupciais na capela imperial no dia seguinte.
Amélia vinha ainda acompanhada pelo irmão mais velho, de dezenove anos, Augusto de Beauharnais, 2.° duque de Leuchtenberg, que foi condecorado pelo imperador, em 5 de novembro de 1829, com o titulo de duque de Santa Cruz. Mais tarde, Augusto casaria-se com Maria da Glória, tornando-se seu primeiro marido.
[editar] Vida como imperatriz
Encantado com a beleza da segunda esposa, D. Pedro I criou, para homenageá-la e para comemorar a ocasião, a Imperial Ordem da Rosa. No decreto de criação da ordem, também assinado por José Clemente Pereira, secretário de Estado dos Negócios do Império, diz Dom Pedro I:
- Querendo perpetuar a memória de meu faustíssimo consórcio com a princesa Amélia de Leuchtenberg e Eichstaedt por uma instituição útil que, assinalando esta época feliz, conserve-a em glória na lembrança da posteridade.
Ao chegar ao palácio de São Cristóvão, percebendo a falta de protocolo que reinava, Amélia impôs à corte como língua oficial o francês e o protocolo de uma corte européia. Pedro I tentou trazer para junto de si, no palácio, a duquesa de Goiás, a filha bastarda que teve com a marquesa de Santos, mas Amélia recusou-se a tê-la no palácio.
[editar] De volta à Europa
Após a abdicação de D. Pedro I ao trono do Brasil, em 7 de abril de 1831, D. Amélia seguiu com o marido de navio para a Europa. Encontrava-se grávida de três meses e sofreu muito com enjôos. O primeiro porto a ser alcançado foi do Faial, no arquipélago dos Açores. Após se reabastecer, o navio seguiu viagem rumo a Cherburgo, na França.
Na França, D. Amélia estabeleceu residência em Paris, com a sua enteada, a rainha - sem trono - de Portugal, D. Maria da Glória, e com D. Isabel Maria, a duquesa de Goiás, que acabaria adotando por filha. No dia 30 de novembro de 1831, a imperatriz deu à luz a uma menina, a princesa Maria Amélia de Bragança.
Enquanto isso, Dom Pedro I empreendia uma encarniçada luta contra o seu irmão, Miguel I, pelo trono português, em nome de sua filha, Maria da Glória. Quando, vitorioso, conseguiu retomar o trono para a sua filha, que voltou a reinar como D.Maria II. Assim, Amélia foi residir com o marido no Palácio de Queluz, em Lisboa.
[editar] Viúva e últimos anos
Com o falecimento de D. Pedro I, em 24 de setembro de 1834, D. Amélia dedicou-se a obras de caridade e ao cuidado de sua única filha, Maria Amélia.
Por volta de 1850, após o falecimento de Pedro V de Portugal, seu enteado-neto, Dona Amélia retornou para a Baviera com sua filha. Essa última, vindo a contrair tuberculose, fez com que ambas se mudassem para Funchal, na Ilha da Madeira. Todavia, Maria Amélia não resistiu e faleceu, aos vinte e dois anos de idade, em 4 de fevereiro de 1853.
Após a morte da filha, Amélia voltou a residir em Lisboa, onde morreu em 26 de janeiro de 1876, aos sessenta e quatro anos. Seus restos mortais jazem na Cripta Imperial do Monumento à Independência do Brasil, em São Paulo, trasladados para o Brasil, em 1982 por iniciativa do então governador Paulo Maluf.
[editar] Descendência
Com D. Pedro I do Brasil:
- Dona Maria Amélia de Bragança (1831 – 1853)
[editar] Representações na cultura
Amélia de Leuchtenberg já foi interpretada como personagem no cinema e na televisão por:
- Maria Cláudia, no filme "Independência ou Morte" (1972)
- Cida Marques, na minissérie "Entre o Amor e a Espada" (2001)
- Cláudia Abreu, na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002)
[editar] Ancestrais
Amélia de Leuchtenberg | Pai: Eugênio de Beauharnais |
Avô paterno: Alexandre de Beauharnais |
Bisavô paterno: Francisco de Beauharnais |
Bisavó paterna: Maria Henriqueta Pyvart Chastullé |
|||
Avó paterna: Josefina Tascher la Pagerie |
Bisavô paterno: José Gaspar Tascher de La Pagerie |
||
Bisavó paterna: Rosa Clara des Vergers de Sannois |
|||
Mãe: Augusta da Baviera |
Avô materno: Maximiliano I José da Baviera |
Bisavô materno: Frederico Miguel de Zweibrücken |
|
Bisavó materna: Maria Francisca de Sulzbach |
|||
Avó materna: Augusta Guilhermina de Hesse-Darmstadt |
Bisavô materno: Jorge Guilherme de Hesse-Darmstadt |
||
Bisavó materna: Luísa de Leiningen-Dachsburg-Falkenburg |
Precedido por Maria Leopoldina de Áustria |
Imperatriz do Brasil 1829 — 1831 |
Sucedido por Teresa Cristina de Duas Sicílias |
Família Imperial Brasileira |
Precursores: D. João VI de Portugal | D. Carlota Joaquina |
1ª geração: D. Pedro I | D.Leopoldina de Áustria | D. Amélia de Leuchtenberg |
2ª geração: D. Pedro II | D. Teresa de Duas Sicílias | D. Januária Maria | D. Paula Mariana | D. Francisca Carolina | D. Maria II de Portugal | D. Maria Amélia |
3ª geração: D. Isabel Leopoldina | D. Luís Gastão d'Eu | D. Afonso Pedro | D. Leopoldina Teresa | D. Pedro Afonso |
4ª geração: D. Luísa Vitória | D. Pedro de Alcântara | D. Luís Maria Filipe | D. Antônio Gastão |
5ª geração em diante: Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis | Ramo de Saxe-Coburgo e Bragança |