Simónides de Ceos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta página precisa ser reciclada de acordo com o livro de estilo. Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior. |
Simônides (em grego, Σιμωνίδης - Simōnídēs, na transliteração) de Ceos, nascido em 557-556 antes de nossa era, foi um poeta grego, o maior autor de epigramas do período arcaico. Marca uma mudança na Tradição Poética pois é o primeiro a fazer da Poesia um ofício e receber benefícios por ela. Ao mesmo tempo situa a função poética a partir de um novo ângulo: o esforço de reflexão sobre a natureza da Poesia. É a Simônides que a Antigüidade atribui a famosa definição: “A pintura é uma Poesia silenciosa e a Poesia é uma pintura que fala”. Simônides marcaria o momento em que o homem grego descobre a imagem. Ele seria o primeiro testemunho da teoria da imagem, ou Mimesis (SETTI, 1958: 78).
A reflexão sobre a Poesia, sua função e seu objeto próprio, consuma a ruptura com a tradição do Poeta inspirado, que diz a Alétheia tão naturalmente quanto respira. Mas a desvalorização de Alétheia não é inteligível, a não ser em sua relação com uma inovação técnica, que é um outro aspecto fundamental da secularização da Poesia empreendida por Simônides. Toda uma Tradição atribui-lhe a invenção da Mnemotécnica, o que significa no plano poético a colocação em prática de procedimentos de memorização.
Até Simônides a Memória era um instrumento fundamental para o Poeta: função de caráter religioso que lhe permitia conhecer o passado, o presente e o futuro. Através de uma visão imediata, através da Memória, o Poeta entrava no além, atingia o invisível. Com Simônides a Memória torna-se uma técnica secularizada, uma faculdade psicológica que cada um exerce mais ou menos segundo regras definidas, ao alcance de todos. Não é mais uma forma de conhecimento privilegiada, nem como a Memória dos Pitagóricos, um exercício de salvação; é o instrumento que contribui para o aprendizado de um ofício. No lugar da mítica Alétheia Simônides reivindica a Doxa. Retomando as palavras de Platão, a retórica é “uma prática que exige uma alma dotada de penetração e audácia, e naturalmente, apta para o trato com os homens” (JAEGER, 1995: 335).
[editar] Obras relacionadas
Há, em português, tradução de alguns dos epigramas de Simônides feita por José Paulo Paes em Antologia grega ou palatina (Companhia das Letras, 1995).