Francos salianos
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Os francos salianos eram um subgrupo dos francos que habitavam o norte e o leste das fronteiras do Império Romano na região do atual litoral holandês. A partir do século V eles migraram para toda a Bélgica e norte da França, formando um reino no norte e no litoral norte franceses. Este reino foi o núcleo do futuro reino da França.
Eles são distintos dos francos ripurianos. Acredita-se que o nome ripuriano signifique "habitantes do rio". O nome saliano deve se referir ao sal, e, por extensão, ao mar, ou aos "habitantes do mar". Alternativamente, pode derivar do nome romano para um rio na Holanda: Isala, um tributário do Reno que hoje se chama IJssel em holandês. No século III, os romanos devem ter batizado a tribo germânica que vivia nesta área pelo nome do rio. Até hoje, a região se chama Salland.
Partindo dessa região, os francos salianos ocuparam o delta do Reno nos séculos IV e V e se deslocaram mais para o sul, com a cidade belga de Tornai se tornando o centro de seus domínios. Dpois, eles voltaram a se deslocar para o sul e tomaram o controle da província romana da Gália, que passou a ter o nome que chegou até a atualidade depois deles: França.
Os francos salianos formaram os fundamentos das antigas cultura e sociedade holandesas.
O adjetivo saliano como aplicado ao povo franco é a origem do nome da Lei sálica.
No século IX, se não antes, a divisão entre os francos salianos e ripurianos na prática virtualmente já não existia, mas continuou por algum tempo a ter implicações no sistema legal sob o qual uma pessoa poderia ser julgada.
Em 451, Flávio Aécio, de facto governante do Império Romano do Ocidente, convocou seus aliados germânicos para ajudá-lo a combater em solo romano a invasão dos hunos de Átila. Os francos salianos atenderam ao chamado.
Na Gália uma fusão de sociedades romanas e germânicas estava ocorrendo. Durante o período do domínio merovíngio, os francos relutantemente começaram a adotar o cristianismo após o batismo de Clóvis I, evento que iniciou a aliança entre o reino franco e a Igreja Católica Romana. Diferente de seus vizinhos godos e lombardos, os salianos adotaram o cristianismo católico rapidamente; eles tinham uma relação íntima com a hierarquia eclesiástica, súditos e territórios conquistados.
Clóvis, um franco saliano pertencente a família supostamente descendente de um herói mítico chamado Meroveu, tornou-se o governante absoluto de um reino germânico de população romano-germânica em 486. Ele consolidou seu domínio com vitórias sobre os galo-romanos e todas as tribos francas e estabeleceu sua capital em Paris. Seus sucessores expulsaram os visigodos do sul da França e conquistaram os alamanos, burgúndios e turíngios. Os 250 anos restantes da dinastia, no entanto, foram marcados por conflitos internos e gradual declínio.
Desde a conversão ao cristianismo não havia um costume comum para ordenar a sucessão, e a sociedade franca estava distante do culto religioso da linhagem real. A sucessão real se tornou mais uma questão da lei comum e a monarquia foi a partir de então mantida pela hierarquia da igreja no lugar do povo de maneira geral. Esta mudança na sociedade deu início ao sistema adotado pelas monarquias européias.
A divisão do reino franco entre os quatro filhos de Clóvis (511) foi um precedente desafortunado que influenciaria a história franca por mais três séculos, e parece, como exercício de interpretação, a implementação de um novo modelo de sucessão. Nenhum traço de uma prática estabelecida de divisão territorial pode de fato ser encontrado entre os outros povos germânicos ou mesmo entre os francos.