Radamés Gnattali
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Radamés Gnattali (Porto Alegre, 27 de janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1988) foi um grande músico instrumentista e compositor brasileiro. Foi também pianista, maestro e arranjador especializado em choro.
[editar] Biografia
Estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre; na Escola Nacional de Música, com Ângelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a fazer composição e orquestração.
Durante trinta anos trabalhou na Rádio Nacional.
Em 1960 embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía Acordeão, Guitarra, Bateria e Contrabaixo.
Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha. Na década de 70, Radamés foi teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Mauricio Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Também compôs obras importantes para o violão, Orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.
Foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Camargo Guarnieri.
Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita; na ocasião, foi homenageado com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés e Elizeth Cardoso apresentaram o recital Uma Rosa para Pixinguinha e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco Vivaldi e Pixinguinha.
Radamés foi um dos mestres mais requisitados nesse período, demonstrando uma jovialidade que encantou novos chorões como Joel Nascimento, Rafael Rabello e Maurício Carrilho. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias. Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés como padrinho.
A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.
[editar] Discografia
- A saudade mata a gente/Copacabana-Fim de semana em Paquetá (1948) - Gravadora Continental
- Barqueiro do São Francisco/Um cantinho e você (1949) - Gravadora Continental
- Isso é Brasil/Carinhoso (1949) - Gravadora Continental
- Bate papo/Caminho da saudade (1949) - Gravadora Continental
- Tico-tico no fubá/Fim de tarde (Com o Quarteto Continental) (1949) - Gravadora Continental
- Sempre esperei por você/Remexendo (Com o Quarteto Continental) (1949) - Gravadora Continental
- Onde estás?/Tema (Vero e seu ritmo) (1950) - Gravadora Continental
- Tocantins/Madrigal (Vero e seu ritmo) (1950) - Gravadora Continental
- Mambolero/Improviso (1952) - Gravadora Continental
- Fantasia brasileira/Rapsódia brasileira (Com sua orquestra) (1953) - Gravadora Continental
- Tributo a Garoto (com Raphael Rabello) (1982)
[editar] Música orquestral
- Erudito
- Brasilianas nº 1,2,3,6,9 e 10 (1944-1962)
- Concertos para piano e orquestra nº 1,2 e 3 (1963)
- Concerto para Violoncelo e orquestra (1941)
- Concerto para harmônica de boca (1960)
- Hino do estado do Mato Grosso do Sul, escolhido num concurso público.
- 10 Estudos para Violão
- Popular
- Choros
- Sambas
- Polcas
- Valsas
- Boleros