Miguel II de Bizâncio
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Miguel II o Amoriano (em grego: Μιχαήλ Β', Mikhaēl II ), também cognominado Traulos ou Psellos (Τραυλός, Ψηλλος, em latim Psellus), "o Gago", foi imperador de Bizâncio de 820 a 2 de Outubro de 829.
Miguel nasceu em Amorium, na Frígia, e começou a sua carreira como soldado raso, mas foi sendo promovido -até alcançar o posto de general- pelos seus méritos e pelo seu casamento com Tecla, a filha do comandante do teme. Juntamente com o futuro imperador Leão V, o Arménio, Miguel serviu o general rebelde Bardanes Tourcos mas desertou, passando-se para o serviço do imperador Nicéforo I em 803. Miguel foi promovido quando Leão V se tornou imperador em 813, mas este, suspeitando dele por conspiração, aprisionou-o e condenou-o à morte em Dezembro de 820; os seus partidários, porém, libertaram-no e assassinaram Leão V durante a missa de Natal na catedral de Santa Sofia.
Miguel II foi aclamado imperador e foi coroado pelo patriarca Teódoto I nesse mesmo dia. No capítulo da política interna, MIguel II apoiou a Iconoclastia, mas encorajou tacitamente a reconciliação com os iconódulos, os quais deixou gradualmente de perseguir e permitiu que regressassem do exílio. Entre os regressados contavam-se o antigo patriarca Nicéforo I e Teodoro de Studios, os quais não conseguiram, no entanto, convencer o imperador a abandonar a iconoclastia. Uma das poucas vítimas desta política do imperador foi o futuro patriarca Metódio I.
A subida ao trono de Miguel despertou o apetite do seu antigo camarada de armas Tomás, o Eslavo, que se proclamou imperador na Anatólia e pôs cerco a Constantinopla em Dezembro de 821. Embora Tomás não tenha conseguido obter o apoio de alguns dos temes anatólios, obteve o apoio do teme naval e dos seus navios, o que lhe permitiu apertar o cerco à cidade. Em busca de apoios, Tomás fez-se passar pelo campeão dos pobres, reduziu a carga fiscal e selou uma aliança com o califa abássida Al-Ma'mun, e fez-se coroar pela patriarca de Antioquia Job.
Foi nesta altura que Omurtag da Bulgaria veio em auxílio de Miguel II e forçou Tomás a levantar o cerco na Primavera de 823. Cercado por sua vez em Arcadiópolis (Lüleburgaz), Tomás foi entregue ao imperador e executado em Outubro. Apesar de ter suportado a crise, Miguel deparou-se com um grande enfraquecimento das defesas do Império, e não conseguiu impedir a conquista de Creta pelos Árabes em 824, nem logrou reconquistar a ilha através de uma expedição lançada em 826. Os árabes invadiram a Sicília em 827, tirando partido das lutas intestinas locais, e sitiaram Siracusa. Em 829 tinham, no entanto já sido expulsos da ilha.
Depois da morte de Tecla, Miguel II casou-se, por volta de 823, com Eufrósine, a filha de Constantino VI. O propósito deste casamento era provavelmente o de fortalecer a posição de Miguel no trono, mas defrontou-se com a oposição do clero, uma vez que Eufrósine tinha sido freira. Miguel II faleceu a 2 de Outubro de 829.
[editar] Família
Do seu primeiro casamento com Tecla Miguel II teve um filho, Teófilo, que viria a ser imperador.
[editar] Referências
- The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.