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Masturbação - Wikipédia, a enciclopédia livre

Masturbação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A masturbação é o acto da estimulação dos órgãos genitais, manualmente ou por meio de objectos, com o objectivo de obter prazer sexual, seguido ou não de orgasmo, sendo uma pratica sexual não-penetrativa. Podendo ser auto aplicada, quando o que promove a estimulação é o mesmo que a recebe ou pode ser aplicada a uma pessoa diferente, quando o que promove a estimulação o promove em outro.

O termo foi usado pela primeira vez pelo médico inglês e fundador da psicologia sexual, Dr. Havelock Ellis, em 1898. Foi formado pela junção de duas palavras latinas manus, que significa "mãos", e turbari, que significa "esfregar", com o significado de "esfregar com as mãos".

A masturbação é observada em muitas espécies de mamíferos, especialmente nos grandes primatas e em indivíduos masculinos jovens ainda em fase de maturação sexual. Na espécie humana, a masturbação é comum em ambos os sexos e em uma larga faixa etária, iniciando-se no início da puberdade, ou, segundo alguns, ainda durante a infância - mas sem a carga erótica nesta fase. O acto da masturbação é socialmente condenável em algumas culturas, embora não seja uma doença e nem cause doenças.

Índice

[editar] Evolução dos conceitos quanto à prática

Na Grécia Antiga, de moralidade sexual muito livre, comparada à Ocidental actual, a masturbação era um acto sexual usual e aceito como natural. Com a chegada da cultura judaico-cristã no Ocidente, iniciou-se um processo de repressão, por motivos morais e religiosos. Nomeadamente, o desperdício voluntário de esperma (ou sêmen) era pecado grave, punido, algumas vezes, até com pena de morte. Este fenómeno teve dois grandes responsáveis: a Igreja Católica e a Medicina. A Igreja Católica, através do teólogo São Tomas de Aquino, classificou-a como um pecado contra natureza, mesmo pior do que incesto. Ele se baseava na interpretação da narrativa (critica-se, errónea) do Antigo Testamento sobre Onã. A descoberta do espermatozóide, em 1677, motivou a Medicina a se associar à Igreja Católica para qualificar a masturbação como uma doença abominável e um mal moral, uma vez que o espermatozóide veio a ser considerado como um bebé em miniatura.

A repressão da masturbação foi, consequentemente, a regra nos Séculos XVII a XIX. Era vista como uma doença que provocava distúrbios do estômago e da digestão, perda do apetite ou fome voraz, vómitos, náuseas, debilitação dos órgãos respiratórios, tosse, rouquidão, paralisias, enfraquecimento do órgão de procriação a ponto de causar impotência, falta de desejo sexual e ejaculações nocturnas e diurnas. Em 1758, Samuel Auguste Tissot publica o "Ensaio sobre as doenças decorrentes do Onanismo", em que diz que esta doença ataca os jovens e libidinosos e, embora comam bem, emagrecem e consomem seu vigor juvenil.

Criaram-se mitos anticientíficos fortemente negativos acerca da prática da masturbação, visando a desencorajar o acto nos jovens ainda em desenvolvimento psicossexual, o que levou a muitos casos de complexos de culpa, medos e recalcamentos.

Masturbação feminina por Gustav Klimt
Masturbação feminina por Gustav Klimt

No entanto, no início do século XX, surgiram novos estudiosos com Sigmund Freud, Kraft-Hebing e Havelock Ellis, com novas linhas de pensamento que levaram a uma visão diferente da masturbação.

No entanto, o peso histórico da carga negativa e pecaminosa desta actividade ainda existe nalgumas pessoas, inibindo-as da vivência plena da sua sexualidade ou mesmo atrofiando o seu natural desenvolvimento psicossexual. Atualmente, o novo Catecismo da Igreja Católica classifica-a de "desordem moral" a ser vencida pelo crente.

[editar] Masturbação Feminina

A técnicas de masturbação feminina (imagem) constitui que a mulher pressione e/ou esfregue sua vulva, especialmente o clítoris, com o seu dedo indicador e/ ou dedo médio. Às vezes, um ou mais dedos podem ser inseridos na vagina para promover a estimulação interna. A masturbação pode ser auxiliada com um vibrador, dildo ou bolas Ben-wa, que também pode ser usado para estimular a vagina e o clitóris.

No caso da masturbação praticada pelas mulheres quase sempre predominou uma maior repressão por parte da sociedade em relação à masturbação masculina, o que se enquadra no contexto da sexualidade feminina.

Sempre existiu o temor de que se uma adolescente masturbar-se com objetos poderia perder sua virgindade, o que não é verdade, embora em raríssimos casos possa ocorrer uma ruptura do hímen.

No entanto, a masturbação feminina tem representado uma espécie de libertação sexual e de alívio para muitas mulheres. Seja na busca do orgasmo que nem sempre é alcançado numa relação sexual com o parceiro ou então para o conhecimento do próprio corpo e até mesmo para preencher os momentos de solidão. Serve também como um complemento após o coito já que o prazer feminino é contínuo e mais longo do que o orgasmo masculino, o qual termina com a ejaculação.

Assim, é possível que o sentimento de superioridade machista, ao lado das idéias religiosas, tenha reprimido tão severamente a masturbação das mulheres até os dias de hoje.

Actualmente, muitos casais têm experimentado na masturbação mútua uma nova forma de prazer sexual. Seja como um método contraceptivo no período fértil da mulher ou para diversificar as relações sexuais, inclusive como uma preliminar, pois tem-se verificado que a observação de atos masturbatórios praticados pela mulher pode ajudar na excitação do homem.

Sabe-se também que o tempo gasto numa masturbação feminina pode ser bem mais longo e muito mais intenso do que numa relação sexual com penetração, embora nem sempre a mulher tenha vontade de procurar o prazer sexual tocando no próprio corpo. E, ao contrário da masturbação masculina, em que o desejo sexual pode diminuir após a ejaculação, muitas mulheres ficam até mais excitadas depois que se masturbam, ao invés de se sentirem aliviadas, tornando-se, portanto, uma preparação para o sexo penetrativo.

[editar] Circle Jerk

Outra prática comum de masturbação é o Circle Jerk que é realizado coletivamente em uma reunião de homens.[1]

Sem envolvimento amoroso, financeiro e sem penetração, alguns rapazes gostam de se reuniar apenas para se masturbarem.[1]

Originalmente, tratava-se de uma competição entre garotos heterossexuais que sentavam-se num círculo, colocavam um biscoito ou um donnut bem no centro da roda e começavam a se masturbar. Então, o último a ejacular teria que comer o biscoito.[1]

Hoje em dia, embora muitas das vezes a masturbação em grupo esteja associada a homossexuais, alguns psicólogos entendem que se trata de algo saudável entre adolescentes. No entanto, a prática ainda não é muito bem aceita no meio social já que muitas vezes pode contribuir para uma iniciação homossexual em que o adolescente pode ser induzido a masturbar outro rapaz ou deixar que manipulem seus órgãos.[1]

A masturbação em grupo pode envolver a participação pessoas do sexo oposto como ocorre na prática do bukkake.

[editar] Como método de contracepção

ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.

Há uma crescente idéia de que a masturbação funcionaria como um método de contracepção, pois dá vazão ao desejo sexual, sem que ocorra o coito ou a troca de fluidos, podendo ser caracterizada como uma atividade sexual quando as práticas masturbatórias ocorre a dois, sem o risco de culminar em uma gravidez, sendo enquadrada com um método de contracepção comportamental.

Mais do que a popular camisinha, a masturbação tem um dos poucos contraceptivos disponíveis entre os adolescentes já que não é recomendável a utilização de pílulas anticoncepcionais para mulheres muito jovens em que a medicação pode não surtir o efeito desejado no organismo ou afetar o desenvolvimento corporal. E, por outro lado, muitos adolescentes evitam possíveis constrangimento quanto à aquisição do preservativo em farmácias ou em unidades de saúde pública.

Também é uma alternativa para casais mais restritivos quanto aos demais métodos contraceptivos e a determinadas práticas sexuais penetrativas, visto que para muitos o uso da camisinha diminui o prazer.

Todavia, existem críticas e recomendações quanto à eficácia da masturbação mútua como um método de contracepção, sendo indicável que o casal sempre tenha por perto preservativos para a hipótese de não se conterem durante as trocas de carícias e a prática de outros atos.

A masturbação não provoca infertilidade, não importando a idade que ela ocorra, não apresentando um influencia negativa na produção de espermatozóides. O que se recomenda quando um casal almeja uma gravidez é que nos 15 dias anteriores a ovulação que o homem evite ejacular, para assim aumentar o numero de espermatozóides no coito que ocorrera durante a ovulação. Embora estudos recentes demostrem que espermatozóides mais "velhos" apresentem uma observável determinada dificuldade até então de chegarem ao óvulo. Embora a quantidade de espermatozóides seja maior dentro de 15 dias, os mais novos tendem a fecundar com mais eficiencia o óvulo. Estima-se também que a normalização de espermatozóides ocorre quase que completamente dentro de 8 horas após a ejaculação.

[editar] Prevenção de AIDS (SIDA) e de DSTs

Vários programas de orientação sexual que divulgam a abstinência sexual propõem a masturbação como uma alternativa para a prevenção de AIDS (SIDA) e outras doenças sexualmente transmissíveis, alcançando resultados bastante interessantes com comprovadas pesquisas que apontam para uma diminuição significativa no número de infeções do HIV em Uganda.

Mesmo na masturbação mútua, o risco quanto à transmissão de doenças sexuais é quase inexistente já que a prática em si não propicia a troca de fluidos corporais.

Desde a década de 1980, a masturbação mútua já era incentivada entre homossexuais como uma alternativa ao sexo anal ou ao oral, sendo que hoje a sua divulgação destina-se também aos heterossexuais como um eficiente método preventivo e contraceptivo.

Atualmente, as escolas de vários países falam abertamente sobre o uso da masturbação aos seus alunos, ensinando que se trata de algo saudável para os adolescentes, embora persista uma oposição de diversos grupos religiosos quanto a esta concepção moderna nos modelos de educação sexual, recomendando unicamente a abstinência do sexo e sua limitação aos relacionamentos matrimoniais.

Mesmo funcionando como um método seguro de prevenção de AIDS e DSTs, bem como de contracepção, pode não ser recomendável que um casal pratique a masturbação mútua sem ter alguns preservativos por perto, considerando a possibilidade dos parceiros não se conterem durante o momento e praticarem o sexo penetrativo sem nenhuma proteção. Até mesmo porque a masturbação quando praticada na mulher pode despertar mais ainda o seu desejo pelo coito vaginal.

[editar] Análise psicológica

Alguns psicólogos defendem a masturbação na adolescência como essencial para o auto conhecimento das zonas erógenas e da sua resposta sexual, para o exercício das fantasias sexuais, e nos casos de impossibilidade de se ter um relacionamento sexual, desde que não seja em excesso ou se torne numa obsessão. Estudos científicos comprovam que o orgasmo resultante da masturbação pode ser tão intenso ou mais do que o resultante de uma relação sexual, de modo que tem se tornado comum o uso da masturbação mútua mesmo entre parceiros heterosexuais. Para a maioria das pessoas, independentemente do seu envolvimento ou não em actividades sexuais, torna-se uma prática saudável complementar que permanece até a velhice, sem maiores intercorrências.

Há algumas correntes da psicologia que defendem que a prática da masturbação pode ser prejudicial à vida conjugal futura, quando um(a) jovem acostumado à rápida satisfação sexual por meio da masturbação acaba por desconsiderar egoisticamente as necessidades de satisfação sexual do seu parceiro(a), podendo gerar problemas no seu relacionamento sexual e afectivo.

Para além disto, pode constituir um problema psicológico, quando uma pessoa adulta prefere obter satisfação sexual unicamente pela masturbação, em vez de uma relação sexual. A masturbação compulsiva não é uma mera busca ocasional de alívio da ansiedade ou da tensão; torna-se numa prejudicial válvula de escape da realidade, podendo tornar-se numa dependência psicológica fortissíma. Nestes casos, a pessoa deverá procurar um acompanhamento psicológico, identificar as causas do seu comportamento e, depois, lidar com elas.

[editar] Origem do termo "onanismo" e sua crítica

Johann Nepomuk Geiger, em Aguarela, 1840
Johann Nepomuk Geiger, em Aguarela, 1840

Embora se use frequentemente o termo onanismo quando se fala da masturbação, muitos consideram-no inapropriado.

Segundo o relato bíblico, Er, o primogénito de Judá, teria sido executado por Deus por um motivo grave não mencionado. Como ele não tinha descêndencia, Judá, seu pai, mandou que Onã, o segundo filho, realizasse o casamento de cunhado (ou casamento levirato) com Tamar, viúva de Er (Gênesis 38:6-8). Assim, se tivessem um filho, a herança de primogénito lhe pertenceria como herdeiro legal de Er. Se não tivesse um herdeiro, Onã ficaria com a herança de primogénito.

Ao ter relações sexuais com Tamar, o texto bíblico diz que ele "desperdiçou o seu esperma na terra", em vez de inseminá-la. Deste modo, acredita-se que não se tratava de um acto de masturbação por parte de Onã, considerando que o relato diz que ele "teve relações com a esposa de seu irmão", apenas evitando que houvesse a concepção, de modo o que pode ter acontecido de fato seria um caso de coito interrompido. Onã, que não tinha filhos, terá sido executado por Deus por causa de sua cobiça e desobediência deliberada (Génesis 38:9-10).

Todavia, a incorreta associação entre o pecado de Onã e a masturbação tem sido utilizada até hoje por alguns religiosos para justificarem a existência de respaldo bíblico a fim de condenarem prática.

[editar] A masturbação e as religiões

ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.

Diferentemente da moral judaico-cristã, o paganismo geralmente tolerava a masturbação e até incluía essa e outras práticas sexuais em seus cultos a determinadas entidades relacionadas ao amor e à sexualidade.

No entanto, grande parte dos rabinos, padres e pastores protestantes condenam a masturbação considerando-a um pecado. E, em épocas bem recentes, vários papas já se posicionaram contra a masturbação.

Em geral, a maioria das igrejas cristãs são aversas à masturbação e poucos são os teólogos que não condenam a prática. Os que adotam um posicionamento mais tolerante afirmam que se Deus não proibiu expressamente a masturbação, o homem não teria poderes para criar um mandamento novo.

[editar] Interpretações baseadas na Bíblia

Para as religiões cristãs, a Bíblia é considerada a fonte dos mandamentos que devem ser praticados pelos fiéis.

Hoje em dia, embora a maioria dos teólogos e doutrinadores do cristianismo não se baseiem tanto na experência de Onã, busca-se em outras passagens quais seriam os fundamentos para proibirem a masturbação.

Uma das referências bíblicas estaria no Sermão da Montanha, quando Jesus afirmou que o homem que olhasse para uma mulher com intensão impura no coração já teria adulterado com ela.

Fundamentam também nas recomendações de Paulo que, em uma de suas epístolas, escreveu que tudo o que fosse puro ocupasse o pensamento dos cristãos.

Assim, o fundamento atual defendido por católicos e protestantes estaria mais no desvio pensamento do que na ejaculação em si.

Já no Antigo Testamento, a lei mosaica tinha recomendações sobre a purificação do homem quando tivesse alguma polução noturna, o qual deveria banhar-se em água e ficaria impuro durante um período, tal como a mulher em seu período menstrual. Também as relações sexuais obrigavam que o israelita religioso se purificasse para participar de determinadas ocasiões religiosas.

Deste modo, é possível que os judeus tivessem associado as recomendações de higiene na ejaculação involuntária do sêmen com a masturbação.

[editar] Masturbação e ficção

A masturbação é um tema recorrente em trabalhos de ficção.

O episódio "The Contest" do seriado Seinfeld usa apenas eufemismos para se referir ao termo, mas fica claro ao telespectador sobre o que os personagens estão falando.

A canção "I Touch Myself" da banda australiana Divinyls, causou controvérsia ao ser lançada nos Estados Unidos da América, tendo sido banida de algumas rádios.

[editar] Ver também

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O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Masturbação.
Commons
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[editar] Ligações externas

[editar] Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Circle Jerk. Página visitada em 2007-12-6.


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